Adeus, ano velho, feliz ano-novo: dá para aplicar a expressão ao ciclo político que se iniciará em janeiro?
Não há no horizonte indícios de crise ou desgoverno. A economia mostra-se resiliente, ao menos no curto prazo. A sociedade manifesta sua insatisfação e suas contradições de diferentes maneiras, mas sua voz não assume forma política. A desorganização do mundo do trabalho desarticulou grupos e classes, e está arrastando consigo partidos e sindicatos. A política encontra-se sem forças, a representação parece levitar, como se lhe faltassem bases de sustentação.
O Estado e a política estão afetados, e de certo modo "paralisados", pelo cruzamento de modernidade tardia e de condição periférica: ficamos muito modernos sem deixarmos de ser "atrasados" e a mistura desses dois universos impacta negativamente a dinâmica social. Nada funciona muito bem entre nós, nada satisfaz, nada parece ter potência para alterar o rumo das coisas. As instituições políticas não conseguem mais responder à dinâmica social e são pouco "funcionais" para a governabilidade e o processo político. Não configuram uma moldura confiável para a ação governamental, nem fixam regras estáveis para o relacionamento entre os Poderes do Estado. O sistema político soltou-se da sociedade: despolitizou-se, e está incentivando a que os cidadãos menosprezem a representação e fiquem sem vontade de participar do governo da sociedade. A "classe política", por sua vez, não se mostra competente para direcionar e organizar o País. Faltam-lhe qualidade técnica e intelectual, lealdade ao povo e uma idéia de país.
Por isso, a reforma política converteu-se numa passagem obrigatória para a transformação do País. É o novo nome da reforma do Estado. Mas isso, que se anuncia como uma saída capaz de magnetizar a sociedade, requer esforços concentrados, largueza de visão e criatividade. Que reforma poderá ser empreendida, a partir de qual desenho, de qual proposta consensual mínima? Estamos meio às cegas nessa área, por mais que o debate seja intenso. Há muitas idéias, mas, quando se trata de chegar a uma agenda, tudo acaba por se resumir a fidelidade partidária e financiamento público, e mesmo assim com reservas. E quem a fará? Os reformadores formais - ou seja, os políticos -, legislando como têm feito em causa própria, estão desqualificados para reformar as instituições. Também eles precisam ser reformados.
O segundo governo Lula vai se iniciar, portanto, cercado de desafios. Não deverá contar com o ingresso da vida política numa fase virtuosa, nem com uma "sociedade" consciente de si.
Se não conseguir, por exemplo, elevar o crescimento da economia, ficará de mãos atadas, mas se não souber administrar o "esforço de crescimento" poderá levar a economia ou à paralisia ou à desorganização. O problema é essencialmente político: falta um consenso na sociedade sobre como isso deve ser feito, e a coalizão de Lula dificilmente terá uma opinião coesa a respeito. Mas há também bloqueios estruturais, tanto no que diz respeito à inserção internacional e à estrutura econômica do País, quanto no que diz respeito à sua infra-estrutura (na rede elétrica, nos transportes, nos portos, na área tecnológica). Sem expansão da economia, como o governo fará para não cortar seus gastos? Se tiver de cortá-los, como fará para preservar os gastos sociais, que estiveram no centro da campanha de Lula?
Há três cenários possíveis para o próximo quadriênio de Lula. O primeiro deles sugere que o novo mandato será parecido com o anterior, exceção feita à corrupção, que tenderá a declinar. Poucas mudanças de impacto, reiteração das baixas taxas de crescimento e continuidade inercial das políticas de inclusão social conviverão com a reprodução da reduzida eficácia do sistema político, que se protegerá de maiores reformas. Lula preservará sua popularidade nos primeiros dois anos e conhecerá algum desgaste nos dois últimos, repetindo a saga de Fernando Henrique Cardoso. Terminará seu mandato sem a mácula da corrupção que o afetou em 2005, mas não entrará para a História como o presidente que resgatou a "dívida social" dos brasileiros.
Um segundo cenário projetaria uma situação "catastrófica", impulsionada pela eclosão de uma forte crise de legitimidade e de governança como decorrência, por um lado, da estagnação econômica, do retorno da inflação e do descontrole dos gastos públicos e, por outro, da ampliação do descontentamento social, que se manifestaria de modo virulento e sem organização. É um cenário pouco provável, mas vale a pena considerá-lo como expressão do não-desejável.
No terceiro cenário, o presidente lideraria e coordenaria de fato o Estado e a sociedade, somando consensos e desenhando um novo "contrato social", impulsionado por uma rápida retomada do crescimento econômico e pela implementação de um reformismo social bem dimensionado, ou seja, não voluntarista e democraticamente projetado. Sua coalizão parlamentar evoluiria em sentido positivo, graças à introdução de modificações importantes no sistema político e a uma lenta, mas firme alteração na cultura política do País. Uma sólida base de sustentação daria tranqüilidade e condições de governabilidade ao presidente, que cumpriria seu mandato e entregaria ao sucessor um País remodelado e pronto para crescer de modo socialmente equilibrado.
Cenários são recursos para mapear problemas, possibilidades e probabilidades. Não se traduzem por inteiro na vida real. O desdobramento prático certamente mais interessante seria o que viesse de uma intersecção do cenário mais realista (o primeiro) com o cenário mais otimista (o terceiro), de modo a "neutralizar" o cenário mais catastrófico. Nisso poderiam estar depositadas as melhores esperanças e potencialidades da sociedade brasileira.
Representantes do Goberno español e de ETA celebraron a súa última reunión o mes pasado en Ankara, o capital turca, sen chegar a ningún acordo, aínda que sen romper as conversacións.A representación do Goberno estivo formada por catro persoas, unha delas o presidente do PSE-EE, Jesús Egiguren, a quen acompañaba outro militante socialista vasco sen cargo público. Os outros dous representantes gobernamentais eran dous veteranos membros do PSOE, ambos residentes en Madrid, que na actualidade non exercen ningunha actividade política e que se dedican ás súas respectivas actividades profesionais.
Egiguren e o seu compañeiro vasco viaxaron desde España o luns, día 11, ao aeroporto alemán de Stuttgart onde fixeron escala para coller outro voo para a capital turca. Os dous socialistas vascos sufriron un contratempo no aeroporto alemán xa que perderon o voo que tiñan reservado para viaxar ate Ankara. Esta incidencia só ocasionou unha pequena demora xa que Stuttgart é o punto de partida de decenas de voos diarios para Turquía atendidos por compañías dos dous países, así como doutras bandeiras, que dan servizo á gran cantidade de emigrantes turcos que viven en Alemaña. ETA, pola súa banda, enviou unha delegación formada por tres persoas: José Antonio Urrutikoetxea, "Josu Ternera", o seu fillo Egoitz e unha muller, Ainhoa Ozaeta, que foi a persoa que leu o comunicado declarando a tregua o pasado 22 de marzo. O presidente do PSE-EE, Jesús Eguiguren, e o dirixente de ETA "Josu Ternera" reuníranse, polo menos, en dous ocasiones durante a fase de contactos e intercambio de mensaxes previa á declaración da tregua do 22 de marzo. O primeiro deses encontros tivo lugar en xuño de 2005 en Suíza e o segundo en outono dese mesmo ano en Oslo. A reunión de Ankara prolongouse por espazo de dous días e dela os enviados gobernamentais saíron coa impresión de que a tregua non se rompería a curto prazo. Este encontro foi o que alentou o optimismo oficial, malia que expiraba o prazo dado por ETA no boletín Zutabe difundido no mes de novembro no que se advertía da posibilidade de reemprender os atentados se non había acordos durante o outono.O encontro devolvera o optimismo ao Executivo español porque durante a cita ETA non expuxera a posibilidade de romper a tregua. En medios abertzales é evidente o desconcerto no que o atentado do sábado provocou. Salientar a información procedente dos servizos de intelixencia españois nos que se dicía "que estos (os do atentado) non son cos que estamos a falar".
Sentín unha reacción de enorme repugnancia e de profundo horror á vista (e o oído) das informacións difundidas esta mañá polos grandes medios de comunicación. Parecen de acordo en que Sadam Husein rematou os seus días na forca por culpa dos moitos crimes que cometeu. É unha afirmación aberrante. Sadam Husein non morreu polo que fixo de malo. O moito que fixo de malo non xerou ningunha forza con vida propia con capacidade para levalo ao patíbulo. Sadam Husein morreu porque uns homes decidiron matalo, con independencia dos seus moitos crimes. E digo ?e digo ben? «con independencia dos seus crimes» por dúas razóns básicas. Primeira porque, se os integrantes do poder político que ordenaron a execución desta sentenza fosen contrarios á pena de morte, daría igual que os crimes de Husein fosen máis ou menos, estes ou os outros. E segunda porque, se a comisión de crimes como os que si lle apuxeron a Sadam Husein conducise automaticamente aos seus autores ao cadafalso, nin lles conto a cantidade de gobernantes do mundo enteiro (Irán,Siria son veciños seus) que terminarían os seus noxentos días colgando dunha soga ou estarían a piques de facelo. De modo e maneira que o titular correcto, preciso e obxectivo da nova en cuestión non debería ser do tipo «Sadam Husein, aforcado polos crimes que cometeu na súa época de gobernante», senón «Sadam Husein, aforcado porque no Iraq se aplíca a pena de morte aos criminais do bando perdedor». Pero a cuestión non acaba aquí, nin moito menos. Porque o asunto non estriba só en determinar se Sadam Husein merecía morrer aforcado polo crime do que foi declarado culpable. Convén preguntarse por que ese crime en concreto, consistente nunha operación de vinganza despregada contra unha poboación chií que entrañou a morte de 5000 persoas, merecía ser examinado, esclarecido (é un modo de falar) e sentenzado, e non, en cambio, todos os demais crimes dos que o ex ditador estaba fundamentadamente acusado. Formulada a pregunta de modo máis directo: en que medida este xuízo non foi levado ás súas últimas e irreversibles consecuencias para impedir que houbese máis xuízos sobre o acontecido en Iraq durante a presidencia de Husein?. Porque, deixémonos de mandangas: todo o mundo sabe, por exemplo, que o réxime baazista de Husein desenvolveu durante moitos anos unha campaña sistemática de exterminio da resistencia curda, que causou non 148, senón moitos miles de vítimas civís. E todo o mundo lembra (ou non, porque a memoria colectiva é fraxilísima) que o réxime de Husein lanzou unha guerra brutal contra Irán, que contou co beneplácito e o apoio político, diplomático e militar de Washington e Moscu, guerra que resultou un fracaso, pero na que o exército iraquí serviuse, o mesmo que nas súas campañas contra o pobo curdo, de armas químicas proporcionadas polos seus aliados occidentais.
E, claro, se eses crimes se xulgan, podería ser que algunhas grandes potencias, desas que agora ocupan Iraq, tivesen que dar algunhas explicacións molestas. E ao peor algúns dos seus ex dirixentes se atoparían na desagradable tesitura de acompañar a Sadam Husein no cadafalso.
A. Preámbulo
Somos demócratas e progresistas, e propoñemos un novo alineamiento político. Moitos pertencemos á esquerda, mais os principios que propugnamos non proveñen exclusivamente deste ámbito. De feito, abarcamos dende a esquerda socialista ate os liberais igualitarios e outros comprometidos de xeito claro coa democracia. En realidade, a reconfiguración do pensamento progresista á que aspiramos implica o trazado dunha fronteira entre as forzas de esquerdas que permanecen fieis aos seus valores auténticos e outras correntes que últimamente manifestaron unha excesiva flexibilidade respecto deses valores. Supón facer fronte común cos demócratas de verdade, sexan ou non socialistas.
A nosa iniciativa afunde as súas raigames en Internet, especialmente en la ?blogosfera?, a través do cal achou a súa base de simpatizantes. Somos conscientes, con todo, de que esta base política está infrarrepresentada noutros ámbitos, como os medios de comunicación e outros foros
da vida política contemporánea.
A continuación expoñemos a nosa declaración de intencións, resumida en principios básicos que subscribimos. Con ela inauguramos un novo sitio na Web que brindará apoio á corrente de opinión que aspiramos a representar e que acollerá diversos blogs fundacionais e outros sitios na Web que se asocian a este chamamento por unha nova configuración progresista.
B. Declaración de principios
1. Pola democracia
Manifestamos o noso compromiso coas normas democráticas, os seus procedementos e institucións, entre as que salientamos a liberdade de opinión e reunión, os comicios libres, a separación dos poderes lexislativo, executivo e xudicial e a do Estado e a relixión. Apreciamos as tradicións e institucións e o legado de bo goberno daqueles países nos que ten arraigado a democracia pluralista e liberal.
2. Contra a apoloxía da tiranía Negámonos a xustificar ou a manifestar a nosa indulxente ?comprensión? dos réximes e movementos reaccionarios para os cales a democracia é un inimigo detestado; uns réximes que oprimen aos seus propios pobos e uns movementos que aspiran a poder facelo. Trazamos con man firme unha fronteira entre nós e quen dende posturas progresistas de esquerdas se apresuran actualmente a brindar razóns exculpatorias a estas forzas políticas.
3. Dereitos humanos para todos
Consideramos que os dereitos humanos fundamentais inscritos na Declaración Universal son precisamente universais e que son de obragado cumprimento para todos os Estados e movementos políticos e, de feito, para todos os seres humanos. As violacións destes dereitos deben ser condenadas, con independencia de quen sexa o seu responsábel e de cal sexa o seu contexto cultural. Rexeitamos o duplo raseiro que actualmente aplica boa parte da autoproclamada opinión progresista, para a que as violacións dos dereitos humanos máis benignas (aínda que desgrazadamente existentes) cometidas preto de casa ou a mans de gobernos desfavorecidos son sempre máis denunciábeis que outras violacións flagrantemente máis graves. Rexeitamos así mesmo o relativismo cultural en virtude do cal é posíbel soster que estes dereitos humanos básicos non son aplicábeis a determinadas nacións ou pobos.
4. Igualdade
Abrazamos os principios dunha política igualitaria universal. Aspiramos ao progreso nas relacións entre os sexos (ate acadar a igualdade de xénero plena), entre diferentes comunidades étnicas, entre os seguidores das diversas relixións e quen non ten afiliación relixiosa e entre persoas de distintas orientacións sexuais, así como á igualdade social e económica máis ampla en todos os ámbitos. Por manifestarse entre nós diferenzas de apreciación respecto diso, deixamos aberta a definición das mellores formas económicas de acadar esta igualdade xeneralizada, mais apoiamos os intereses dos traballadores en todo lugar e o seu dereito a organizarse para defendelos. Os sindicatos democráticos son as organizacións de base na defensa dos intereses dos traballadores e unha das máis importantes fontes dos dereitos humanos, a promoción da democracia e o internacionalismo igualitario. Os dereitos laborais son dereitos humanos. Consideramos unha prioridade a adopción universal das Convencións Internacionais de Regulación do Traballo, na actualidade sistemáticamente ignoradas polos gobernos de todo o planeta. Ficamos comprometidos na defensa dos dereitos da infancia e na protección das persoas contra a escravitude sexual e calquera forma de malos tratos institucionalizados.
5. Desenvolvemento para a liberdade
Defendemos o desenvolvemento económico global para a liberdade e contra a opresión económica estrutural e a degradación do medio ambiente. A expansión actual dos mercados globais e a liberdade de comercio non deben servir aos limitados intereses dunha pequena elite corporativa do mundo desenvolvido e dos seus asociados nos países en desenvolvemento. Os beneficios do desenvolvemento a gran escala a través da expansión do comercio global deben distribuírse o máis amplamente posíbel a fin de servir aos intereses económicos e sociais dos traballadores, agricultores e consumidores de todos os países. A globalización debe aspirar a unha integración social global e ao compromiso coa xustiza social. Apoiamos unha reforma radical das principais institucións encargadas do goberno global da economía (Organización Internacional de Comercio, Fondo Monetario Internacional, Banco Mundial) para que leven a cabo estas políticas, e apoiamos así mesmo o comercio xusto, o incremento das axudas, a cancelación da débeda e a campaña ?Make Poverty History?. O desenvolvemento pode garantir o incremento da esperanza de vida e mellorar o seu disfrute, mediante a atenuación dos traballos máis pesados e a diminución da xornada laboral. Tamén pode achegar unha maior liberdade aos mozos, posibilidades de novas actividades para os adultos e seguridade para os anciáns. Incrementa as perspectivas e oportunidades de viaxar e contribúe a que os estraños se fagan amigos. O desenvolvemento global debe implementarse de xeito que garanta un crecemento sustentábel para o medio ambiente.
6. Oposición ao antiamericanismo
Rexeitamos coa maior firmeza o antiamericanismo que actualmente infecta unha parte importante do pensamento progresista de esquerdas e parte do conservador. Non se trata de postular a EE.UU. como modelo de sociedade, de cuxos problemas e defectos somos conscientes. Mais estes forman parte tamén, en maior ou menor medida, de todo o mundo desenvolvido. Estados Unidos de América é un gran país e unha gran nación, que alberga unha democracia consolidada cunha nobre tradición ás súas costas e logros sociais e constitucionais duradeiros conqueridos no seu nome. As súas xentes produciron unha cultura chea de vida que procura pracer, coñecemento e envexa a millóns de persoas. O feito de que a política exterior de EE.UU. con frecuencia loite contra gobernos e movementos progresistas e apoiado a algúns que son autoritarios e regresivos non pode xustificar un prexuizo xeneralizado contra ese país e as súas xentes.
7. Pola solución dos dous estados
Recoñecemos o dereito tanto do pobo israelí coma do palestino á autodeterminación, no marco de dous estados distintos. A subordinación ou eliminación dos lexítimos dereitos e intereses dunha das dúas partes do conflito non pode constituír unha solución razoábel do mesmo.
8. Contra o racismo
Para os progresistas e a esquerda o antirracismo é un axioma de base. Opoñémonos a calquera forma de prexuízos e comportamentos xenófobos, se trate do racismo antiinmigrantes da extrema dereita; do racismo interétnico e tribal; do racismo contra persoas orixinarias de países musulmás e os seus descendentes, especialmente no marco da Guerra contra o Terrorismo. A recente reaparición doutra forma ancestral de racismo, o antisemitismo, non foi aínda convenientemente recoñecida en ambientes progresistas e de esquerda. Algúns explotan os lexítimos agravios do pobo palestino sometido á ocupación israelí para enmascarar os seus prexuízos contra o pobo xudeu detrás do eslogan do ?antisionismo?. De máis está dicir que tamén nos opoñemos a este tipo de racismo.
9. Unidos contra o terror
Opoñémonos a todas as formas de terrorismo. O asasinato deliberado de civís é un crime recoñecido polas leis internacionais e todos os códigos de conduta bélica, e non pode ser xustificado co argumento de que se realiza no nome dunha causa xustificada. O terrorismo de inspiración fundamentalista islámica é hoxe unha realidade xeneralizada. Constitúe unha ameaza aos valores democráticos e a liberdade das persoas en numerosos países. Iso non debe servir de xustificación para os prexuízos contra os musulmáns, que son as súas principais vítimas e entre os que se topan algúns de súas máis valentes opositores. Mais como todo terrorismo, este constitúe unha ameaza que ten que ser combatida e non xustificada.
10. Un novo internacionalismo
Apoiamos unha política internacionalista e a reforma das leis internacionais a prol da democratización e do desenvolvemento globais. As intervencións humanitarias, cando son necesarias, non son un desprezo da soberanía senón a súa conveniente aplicación á ?vida en común? das persoas. Só os Estados que protexen minimamente a vida en común das súas xentes (porque non torturan, asasinan ou masacran aos seus propios civís e cobren as súas necesidades vitais básicas) merecen que a súa soberanía sexa respectada. Pero se o mesmo Estado viola a vida en común de xeito flagrante, o seu dereito á soberanía fica revocado, e a comunidade internacional ten a obriga de intervir humanitariamente. Cada vez que se traspasa o límite da inhumanidade, imponse a ?responsabilidade de protexer?.
11. Apertura crítica
Baseándonos na desastrosa experiencia das xustificacións dos crimes do estalinismo e o maoísmo avaladas pola esquerda, así como en máis recentes exemplos desta conduta (algunhas reaccións aos crimes do 11-S, a busca de escusas para o terrorismo suicida, a recente e vergonzosa colaboración entre o movemento do ?non á guerra? e os teócratas dogmáticos), rexeitamos a idea de que non pode haber inimigos na esquerda. Do mesmo xeito, rexeitamos a idea de que non poden tenderse pontes a ideas e persoas situadas á nosa dereita. Os esquerdistas que fan causa común con. ou achan escusas para, as forzas antidemocráticas deben ser criticados da maneira máis clara e contundente. Á inversa, prestamos atención a voces e ideas liberais e conservadoras que contribúen ao afortalamento das normas e prácticas democráticas e á loita polo progreso da humanidade.
12. A verdade histórica
En sintonía cos ideais humanistas de base do movemento a favor do progreso da humanidade, manifestamos enfaticamente o deber dos xenuínos demócratas de respectar a verdade histórica. Non só os fascistas, os negacionistas e outros desta especie tentaron borrar as pegadas da historia. Unha das traxedias da esquerda é que a súa mesma reputación se viu masivamente comprometida polo movemento comunista internacional, e algúns dos seus membros aínda non aprenderon a lección que se impón. A honradez política e a franqueza son para nós unha obriga fulcral.
13. Liberdade de pensamento
Defendemos a tradicional liberdade de pensamento liberal. Máis que nunca, hoxe é preciso afirmar que, coas normais limitacións contra a difamación, o insulto e a incitación á violencia, se debe defender o dereito a criticar ideas (incluso sistemas de ideas) subscritas por outros. Isto inclúe a liberdade de criticar as relixións, tanto os credos específicos como a relixión en xeral. O respecto debido aos outros non supón silenciar as propias crenzas cando se constata que están sendo relegadas.
14. Código aberto
No marco do libre intercambio de ideas, e co fin de fomentar as iniciativas intelectuais conxuntas, apoiamos o desenvolvemento sen trabas do soporte lóxico e outras ferramentas creativas e nos opoñemos ao rexistro de xenes, algoritmos e fenómenos da natureza. Opoñémonos á aplicación retroactiva das leis de propiedade intelectual en beneficio dos intereses corporativos dos propietarios de dereitos de autor. O modelo ?open source? (código aberto) é colectivo e competitivo, colaborativo e meritocrático. Non é un ideal teórico senón unha realidade comprobada que xerou un conxunto de bens comúns cuxa solidez e fortaleza consolidouse durante décadas. De feito, a colaboración no marco do código aberto se desprende das ideais colexiados da comunidade de investigadores científicos, que foron a fonte do progreso do home ao longo dos séculos.
15. Unha herdanza que hai que protexer
Rexeitamos o medo á modernidade, o medo á liberdade, o irracionalismo, a subordinación das mulleres. E reafirmamos as ideas que inspiraron os grandes chamamentos colectivos das revolucións democráticas do século XVIII: liberdade, igualdade e solidariedade, dereitos humanos, busca da felicidade. Estas ideas seminais se converteron na nosa herdanza grazas ás transformacións socialdemócratas, igualitarias, feministas e anticolonialistas dos séculos XIX e XX, que aspiraron á busca da xustiza social, o estado do benestar, a irmandade e igualdade de todos os homes e mulleres. Ninguén pode verse excluído, ninguén debe quedar marxinado. Somos partidarios destes valores. Mais non somos fanáticos, e xa que logo, abrazamos igualmente os valores do libre cuestionamento, o diálogo aberto e a dúbida creativa, do xuízo ponderado e conciénciaa dos límites impostos pola realidade. Opoñémonos co maior vigor á imposición dunha verdade total, incuestionábel e acrítica.
C. Elaboracións
Defendemos as democracias pluralistas e liberais contra quen ignora as diferencias entre elas e os totalitarismos e outros réximes tiránicos. Pero as democracias teñen os seus propios defectos e limitacións. A loita polo desenvolvemento de institucións e actuacións máis democráticas, e a favor do acceso ao poder de quen carece de influencia, voz ou recursos políticos, é un aspecto vixente para calquera programa de esquerdas.
As bases económicas e sociais nas que as democracias liberais se asentan están marcadas por profundas desigualdades de riqueza e salarios e pola pervivencia de privilexios inmerecidos. Pola súa vez, as desigualdades globais son obxecto de escándalo para conciénciaa ética da humanidade. Millóns de seres humanos viven na máis terríbel pobreza. Cada semana, decenas de milleiros de persoas (sobre todo cativos) morren de enfermidades curables. A desigual fortuna, entre individuos e entre países, reparte arbitrariamente entre os homes a posibilidade de sobrevivir.
Este estado de cousas é un reproche permanente á comunidade internacional. Nós, persoas de esquerdas, respectando as nosas tradicións, loitamos pola xustiza e unha vida digna para todos. No nome desas mesmas tradicións, tamén debemos de loitar contra as poderosas forzas de tiranías de corte totalitario que volveron a porse de manifesto. Temos que librar estas dúas batallas simultaneamente. Non é posíbel sacrificar ningunha.
Repudiamos o xeito de pensamento segundo o cal os sucesos do 11 de setembro de 2001 foron a moeda xustamente devolta a Estados Unidos, e que son ?comprensibles? á luz dos lexítimos agravios xerados pola política exterior deste país. Ese día foi perpetrado un asasinato masivo, inspirado por odiosas crenzas fundamentalistas, que nada pode redimir. Ningunha formulación evasiva é capaz de ocultar este feito.
Os impulsores fundacionais deste manifesto adoptaron posturas diferentes perante da intervención militar en Iraq, uns a favor e outros en contra. Recoñecemos que era posíbel disentir razoablemente das xustificacións da intervención, ao xeito en que foi levada a termo, a planificación (ou falta de planificación) do período posterior e as posibilidades reais dunha implementación exitosa do cambio democrático nese país. Non obstante, todos coincidimos na valoración do carácter reaccionario, semifascista e asasino do réxime baasista iraquí, e recoñecemos no seu derrocamento a liberación da cidadanía iraquí. Tamén nos reúne a opinión de que, desde ese día, a primordial preocupación dos auténticos progresistas e esquerdistas debeu ser a loita por acadar a implantación en Iraq dunha orde político democrático e a reconstrución das infraestruturas do país, así como a creación, após décadas da máis brutal opresión, dun marco de vida para as iraquís semellante co que viven en países democráticos dan por suposto, en lugar de escaravellar entre as ruínas de Iraq en busca de argumentos sobre a intervención.
Esta actitude nos opón non só a quen na esquerda se ten manifestado abertamente a prol das bandas de criminais jihadistas e baasistas da mal chamada resistencia iraquí, senón tamén a quen buscou o xeito de situarse entre estas forzas e os grupos que loitan por instaurar nese país novas formas de vida democrática. Tampouco somos da corda de quen coa boca pequena se declara a favor destes fins, mentres dedican a maior parte das súas enerxías a criticar aos seus adversarios políticos na casa (supostamente responsábeis de todas as dificultades topadas en Iraq) e manteñen un silencio táctico case total sobre as impresentábeis forzas da ?insurxencia? iraquí. Os numerosos opositores de esquerdas a unha mudanza de réxime en Iraq que foron incapaces de comprender os motivos que conduciron a outros membros da esquerda a apoiar ese proceso e que se dedican a decretar a súa anatema e excomuñón, chegando recentemente a esixirlles que fagan acto de contrición e se arrepintan, delatan con claridade meridiana os valores democráticos nos que cren. As agresións vandálicas contra sinagogas e cemiterios xudeus e os ataques ás persoas xudeas están se incrementando en toda Europa. O ?antisionismo? medrou ate o punto de que presuntas organizacións de esquerdas aplauden e apoian a oradores abertamente antisemitas e forman alianzas con grupos antisemitas. Entre persoas cultas e adiñeiradas áchanse individuos que non teñen empacho en afirmar que a guerra de Iraq se fixo para defender intereses xudeus ou que elaboran outras sutís e ?educadas? insinuacións acerca da influencia dos xudeus na política nacional e internacional; unhas insinuacións que durante máis de cincuenta anos, e a consecuencia do Holocausto nazi, ninguén se tería atrevido a facer publicamente sen correr o risco de deshonrarse. Opoñémonos firmemente a calquera manifestación deste tipo de intolerancia.
A violación de dereitos humanos básicos en Abu Graib e en Guantánamo e a práctica da ?rendición? deben ser vigorosamente condenadas polo que son: unha desviación dos principios universais de cuxa histórica adopción os mesmos países democráticos, e principalmente Estados Unidos, son maioritariamente responsábeis. Pero rexeitamos o duplo raseiro que hoxe permite á maior parte da esquerda cualificar de máximas violacións dos dereitos humanos as perpetradas polas democracias, mentres silencian ou calan infraccións que as superan con moito. Esta tendencia acadou un grao tal que membros oficiais de Amnistía Internacional, unha organización que se gañou un enorme respecto en todo o mundo por seu invalorábel labor de décadas, pode agora permitirse elaborar grotescas comparacións entre Guantánamo e o Gulag, e afirmar que as leis adoptadas por EE.UU. e outras democracias liberais na súa Guerra contra o Terrorismo constitúen o maior ataque contra os principios dos dereitos humanos dos últimos 50 anos, mentres voces progresistas e de esquerdas aplaúdenos xa que logo.
D. Conclusión
É de vital importancia para o futuro das políticas progresistas que as persoas de sensibilidade liberal, igualitaria e internacionalista alcen hoxe a súa voz con claridade. Debemos definirnos en contra de todos aqueles para quen as políticas democráticas e progresistas quedaron subordinadas a un simplista e elemental ?antiimperialismo? e/ou á hostilidade para a actual administración estadounidense. Valórelos e obxectivos que realmente constitúen esas políticas ? valórelos da democracia, os dereitos humanos, a batalla permanente contra o poder e os privilexios inxustificados, a solidariedade cos pobos que loitan contra a tiranía e a opresión? son os que máis duradeiramente definen os contornos de calquera esquerda á que valla a pena pertencer.
Joseba Egibar di, "aínda que alguén se poída molestar", que o cesamento da loita armada é "irreversible". O presidente do Gipuzku Buru Batzar, Joseba Egibar, está convencido de que o fin da actividade armada de ETA é un proceso xa "irreversible", aínda que "alguén se poída molestar" e aínda cando a organización armada pretenda prorrogar "un ciclo que está esgotado e persisitir no erro para desafiar ao Estado". ETA debe "dar é definitivamente a palabra e a oportunidade a esa inmensa maioría da sociedade vasca que reivindica como dereito, o seu dereito a existir como pobo e o dereito a decidir", engadiu. Nunha entrevista en Radio Euskadi, Joseba Egibar, cre que trala reunión mantida entre ETA e o Goberno, entramos en "un volver a empezar", e "volver a empezar nunca é igual, porque nove meses de desconfianzas, ameazas de ruptura e posibles incumprimentos fan que se retómase de novo o proceso (...) non vólvanse a cometer os erros, e aquilo que pode supoñer debilidade, tamén se pode converter en fortaleza para o proceso". O que si cree necesario é que se clarifiquen posturas, e "aínda que non faia que contar todo, que o que se lle conte á cidadanía sexa a verdade". Os partidos políticos deben traballar, pero "dicir a verdade", e ETA, pola súa banda, non pode "condicionar o cesamento da estratexia da loita armada á consecución duns obxectivos políticos", porque iso "é enganar á cidadanía". "Hai que dicir a verdade -explicou Egibar-. O pensar que, ou hai unha definicion suficiente por parte do Goberno español sobre autodeterminación, territorialidade tal, tal, tal.. ou o demais, o cesamento da loita armada non vai ser definitivo, iso é enganar, á parte de querer condicionar". Egibar ve difícil que o PSOE desmonte en poucos meses "esa arquitectura xurídico e politica", que supón a Lei de Partidos, e que xorde, segundo lembrou, a raiz da aprobación do Plano Ibarretxe na Cámara vasca. Tampouco cree que a Esquerda Abertzale vaia presentar "unha nova ficha política se non ten garantías de que non vai ser ilegalizada".
Ao seu xuízo, neste momento, a legalización non é o máis relevante para a Esquerda Abertzale, "aínda que sería un síntoma de anormalidad política total"·. "Pero non creo que sexa a prioridade da Esquerda Abertzale o poder ou non presentarse ás eleccións", insistiu.
Nestes nove meses a partir do anuncio do alto o fogo, a dirixente jeltzale considera que o Goberno Zapatero "gañou moito tempo desde aquela primeira fase de anestesiar á sociedade para que vísemos que todo ía ben e conforme aos prazos" e "consolidou o esquema de paz por presos, que é o esquema que non lle gusta a ETA".
Papel do lehendakari
Egibar considera fundamental o papel desenvolvido polo lehendakari e o tripartito durante os últimos seis anos e cree que seguirao sendo, a partir do un de xaneiro, "no que é participacióin cidadá, política e institucional, que vai facer que este proceso sexa irreversible.
Con respecto a quen sinalan entre as súas preferencias as do pacto con Batasuna en contraposición a Josu Jon Imaz que decantaríase polo acordo co PSOE, Egibar sinala que "é unha simplificación que obedece á necesidade de buscar titulares e de situar ás persoas".
"O mesmo que o ano 79 foi o ano de sentar baséelas do autogoberno e aí produciuse a gran colisión política e estratéxica entre o PNV e a Esquerda Abertzale que durou ata hoxe, o ano 98 supón un punto de inflexion, de clarificación de proxectos, e eu creo que neste momento o leito central da sociedade vasca, maioritariamente, máis alá do que son os límites do nacionalismo, a existencia da vila vasco e o dereito de autodeterminacion nestes momentos son dous mojones que ninguén pode obviar (..) e quen a partir dunha perspectiva de cálculo electoral queira saírse de aí se vai estrelar", concluíu.