Desde a praia de Boa, na ria de Noia, apanhei os prismáticos que me agasalhou Rocio e tirei-lhes umha acuarela ás casas da ribeira de enfronte, que devem estar a uns quatro ou cinco quilómetros, mar por médio, se nom calculo mal.
Logo polo mapa do satélite soubem que esse lugar se chama Mosteiro, se nom me equivoco.
Os prismáticos achegam muitíssimo as casas... Parece mentira.
Ummm... Algum dia tenho que fazer-me com um telescópio, subir ao monte da Curota, na Póvoa do Caraminhal, e fazer umha acuarela dalgumhas casas da Ilha de Arousa. Ou de mais longe... De Baiona. Ou de Fisterra, se está o dia claro.
Rocio, isto nom quere dicir que quero um telescópio para o aniversário.
Por certo, esta-se-me acabando a cor verde nas acuarelas.
No campo de golfe de Monte Alegre, Ourense, e nos do Aero-Clubs de Santiago e Vigo.
"Contra a especulaçom do solo, a desfeita do país e os maus hábitos, o campo de golfe de Montealegre (Ourense) amenceu sachado para demonstrar que a terra é nossa e nom dos ociosos.
Mais um ano, ham procurar as bolas e encontrar repolos."
Conheço um tipo
que leva um guindaste tatuado no corpo.
Nace-lhe no calcanhar direito
e a estrutura sobe pola perna,
as costas
-nas vértebras encaixa perfectamente-
até os ombros.
Quando ergue o braço direito
em ángulo recto
o braço longo do guindaste
extende-se como se fosse erguer um edifício
a cada passo.
Tamém conheço a sua filha.
Tem 16 anos
e tatuou no peito esquerdo
em pequeninho
um tojo em flor.
Excelentíssimos amigos e amigas,
ilustríssimas e ilustríssimos colegas,
boa noite!
Gente de Anhobre, de Arnego, de Asorei, de Báscuas, Besejos, Bodanho, Brandariz, Camanzo, Cárbia, Cumeiro,
Duxame, Ferreirós, Fontao, gres, Laraço, Lonho, Merça, Obra, Oirós, Olhares, Pilonho, Porto de Mouros, Sabrejo, Salgueiros, Sam Pedro de Losom, Sam Tomé de Ínsua!
Gente de Vila de Cruzes
e do resto do mundo,
boa noite!
Sei que algumha gente preferiria a Norma Duval ou a Paquirrim para dar o pregom..., espero nom defrauda-los!
É para mim umha honra estar hoje aqui com vós, num Festival de rock organizado por gente nova, de veras, graças!
Como dicia o outro, umha Festa da Mocidade sem rock é como umha Festa do Galo sem capóm ou do Chouriço sem chouriços. Já o diciam os Jabom Blue: Pero como non nos vamos a queixar
se as festas son para a terceira edá,
os rapaces emighran po bar,
a discoteca ou o disco-bar
Assi que recibamos com um aplauso o rock nas ruas das Cruzes!
Como professor umha das cousas mais satisfactórias é achegar ás aulas a música que hoje se está a fazer no país, por todo o país e de todos os estilos.
A história da literatura tamém se escrebe nos Cds de hip hop ou rock.
E a história da língua esta a se escreber tamém enriba dos escenários.
O Novo Cruceiro Rock é um pulo moderno, actual e vivo ao idioma: Graças pola Festa!
Dim que este ano moita gente vamos enfermar de gripe porcina.
Mais hai outra doença que corre o risco de se extender por Galiza.
É a galego-fóbia.
O outro dia estava a minha companheira Rocio com a nossa nena em Santiago e veu umha senhora e perguntou: Y luego como se llama? Chama-se Estrela, dixo a mai. E a senhora: Hola, Estrella, Ola, Estrellita... Nom, chama-se Estrela, repetiu a mai. E a senhora dixo: Ui, es que a mi el gallego no me sale.
Hai mais gente do que parece enferminha de galego-fóbia, como essa outra senhora que dixo que Las matemáticas no se pueden dar en gallego. Tres al cubo que seria, tres al caldeiro?
O pior é que a doença chegou ás altas esferas.
E que as primeiras decisons galego-fóbicas forom contra o rock´n roll: eliminar os dous programas que na rádio e na tele nos informavam sobre rock, ska, hip hop, reggea... E nom estou a falar de Luar.
Aberto por reformas e Onda Curta.
Por arte de mágia fixerom desaparecer a música galega mais moderna, actual e innovadora dos medios de comunicaçom públicos.
Assi que já sabemos que aos galego-fóbicos nom lhes gusta que a gente nova fale galego e escoite ou faga rock.
E aqui gusta-vos o rock?
E aqui falades galego?
Aqui falam galego os rios, os sprays, a rapaza da cámara de vídeo na mao, as guitarras eléctricas e a distorsiom, os tractores, os guerreiros do espaço japoneses, os blogs, os teléfonos móbiles, as baleas que sonhamos e 15 mil gaiteiros.
Graças a gente como vós, a gente que em Vila de Cruzes, geraçom tras geraçom, falades galego, a nossa língua está aqui hoje. Viva! E esse é um dos maiores valores deste concelho, que o saibades.
Porque a língua é a nossa maior riqueza cultural, social e económica como povo. Porque é parte da nossa identidade. E o mais valioso que tem cada um, cada umha de vós, e os povos do mundo, é a sua forma de ser.
Pero olho, o galego é património de todos e todas, sejamos da aldeia, da vila ou da cidade, de direitas ou de esquerdas, de folkies, roqueiras e djs, de nenos, nenas e maiores, de trabalhadores e empresárias... Porque a língua une-nos a todas e todos os galegos.
E quando a gente se une que passa: Hai Festa!
Em Galiza sabemos muito de festas. O veram enche-se de festas Gastronómicas. Quase que cada parróquia tem a sua: do percebe, da nécora, do carneiro ao espeto... Só falta a Festa Gastronómica da Lata de Conservas.
Mais o veram tamém se enche de festivais Musicais e Vila de Cruzes une-se esta note á Irmandade dos Festivais galegos. Em cada festival lateja o nosso idioma e a festa enche-nos o peito:
Festival de Vilaseco, Antros Pinos de Rianxo, Ortigueira Rock, Sen un Can do Carvalhinho, Desconcerto de Betanços, Castelo Rock de Muros, Brincaeira de Ordes, Irmandinho de Moeche, Festidoiro de Cuntis, Festival da Poesia do Condado, Festival Troula na Banda, Vigourban, e mais...
E agora, outra vez despois de tantos anos, o Cruceiro Rock de Vila de Cruces!
Sabedes que o concerto de Bruce Springsteen começou com a Rianxeira? Pois hoje nós vamos cantar umha rancheira.
Porque o humor e a festa nom estám renhidos com a cultura, hoje vamos cantar umha cançom mui epsecial, e de passo -quem nom a saiba- pode ir aprendendo a letra.
A música, a de Allá en el Rancho Grande. A letra, a original do mariachi Eduardo Pondal. Com todos os respeitos, desculpade a minha afonia e a falta de oído...
Aí vai
Que din os rumorosos
Na costa verdecente,
Ó rayo trasparente,
Do prácido luar...?
Que din as altas copas
D'escuro arume arpado,
Co seu ben compasado,
Monótono fungar...?
Do teu verdor cingido,
É de benígnos astros,
Confin dos verdes castros,
E valeroso clán,
Non dés a esquecemento,
Da injuria o rudo encono;
Despérta do teu sono,
Fogar de Breogán.
Os boos e generosos,
A nosa voz entenden;
E con arroubo atenden,
O noso rouco son;
Mas, sós os ignorantes,
E férridos e duros,
Imbéciles e escuros
No-nos entenden, non.
Os tempos son chegados,
Dos bardos das edades,
Q'as vosas vaguedades,
Cumprido fin terán;
Pois donde quer gigante,
A nosa voz pregóa,
A redenzón da bóa
Nazón de Breogán.
Mais nada que agradecer outra vez a toda a gente da comisiom de festas, á gente de fixo posível a Volta á Orixe do Novo Cruceiro Rock
Viva Vila de Cruzes!
Viva o Cruceiro Rock!
Viva todos e todas vós!
Vila de Cruzes, 7 de agosto, 2009
E ao final, nom choveu.
Pipas Group, graças polo acompanhamento musical...
A miña patria é o meu futuro,
vou cara a ela día a día.
O camiño é longo e
construímolo entre moitos
homes e mulleres xuntos
coa nosa historia de pedra e de palabras.
Imos sempre máis alá,
cara ao país de sempre,
coas palabras que aínda non dixemos
e os soños que non soñamos aínda.
Imos pouco a pouco e avanzamos
de forma sideral fóra dos mapas.
E a vós que agardades no porvir direivos
que estamos a defender a vosa lingua agora.
Levarémosvos todas as palabras
que temos nas mans, nas rúas, nas escolas.
E faremos máis na fábrica dos soños.