Eu nunca serei yo |
|
Um caderno de trabalho de Séchu Sende
A minha obra neste caderno está licenciada baixo creative commons, copiceibe.
O autor solicita comunicar-lhe qualquer uso ou modificaçom da sua obra no email de contacto aqui sinalado. |
|

|
Contacto |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
O Courel, na escaleira |
|
As fotos som de Rocío e de Carlos. |
|
|
|
Heidi no Courel |
|
Para Pedro e Pili, de Horreos. |
|
|
|
O desterro? |
|

De entre todos os momentos emocionantes em Froxám, elixo esta história que me contou Toño, da Casa da Aira.
Esta história conta cómo ficou abandonada a aldeia velha de Castro Portela, que estava ao pé do rio Lor, perto de Froxám, no Courel.
Resulta que há muito muito tempo, dim, as aldeias situavam-se a umha distáncia suficiente que permitisse escuitar os berros de auxílio dumha persoa, para que, em caso de que algo acontecesse, a gente da aldeia vecinha puidesse escuitar e acudir.
Um dia saiu um home com a sua besta de Froxám e ao pasar o rio, aló abaixo, caeu da montura e mancou-se. Berrou e berrou e berrou para que a vecinhanza de Castro Portela acudisse, mas ninguem apareceu para o valer. E aquel home morreu.
A gente de Castro Portela foi denunciada por denegaçom de auxílio e ao pouco chegou um juíz.
O juíz mandou berrar socorro! desde o lugar onde morrera o home e comprobou que si, que a chamada de auxílio podia-se escuitar desde Castro Portela. Assi que ditou sentenza: o desterro para todos os vecinhos e vecinhas daquela aldea.
E assi foi como a aldeia de Castro Portela ficou abandonada.
O passado 11 de agosto juntamo-nos arredor de 500 persoas em Froxám para berrar SOS COUREL!
Foi um dia para a história. Dixemos Canteiras Nom! e Parque Natural Já!
Dixemo-lo fazendo mágica e malabares, teatro, poesía, caminhando pola montanha, com títeres e gaitas, com vídeos e debates, monólogos e diálogos.
Repetimos SOS Courel bem forte, e berramo-lo bem alto, para que se nos escuitasse bem aló onde tenhem que escuita-lo.
Berramos-lhes SOS Courel aos responsábeis políticos do PSOE e do BNG.
Berramos tam alto que nom é posíbel que nom escuitaram.
Como tamém nom é posíbel que nom estejam escuitando á gente de Quilmas, de Corrubedo, de Mugardos, de Ferrol, e de todos os lugares onde se está a destruír Galiza.
Assi que se fam caso omiso da chamada por um Courel sem canteiras e por umha Galiza sustentábel, estou seguro de que nós, que somos movimento cidadám, faremos como o juíz da história com os vecinhos de Castro Portela:
Enviaremo-los ao desterro.
......
Reportagem fotográfica em galiza independente
|
|
|
|
SOS BNG-PSOE? |
|

Froxám, 11 de agosto.
Obelix contra as Canteiras.
O que nom chegou a fazer o PP fixérono os do PSOE-BNG: legalizar a explotaçom de pizarra e a destruçom do património.
....
Reportagem fotográfica em galiza independente
|
|
|
|
Novoneyra, mestre Jedai |
|

Na Guerra das Estrelas, este meu poeta preferido seria mestre jedai, sem espada laser, telúrico e levitante.
Esta fim de semana, no Courel, muitos dos seus textos vam actualizar o seu significado, entre as fragas de Froxám
Por exemplo:
"É xa hora de que señas toda patria dos teus
dos que gardaron a fala en que máis se dixo adeus
e señas dona de ti e señora de falar
señora de decidir e dona de se negar."
Tamem gostei de reler a Novoneyra, aqui ao pé da palheira de Soldom da Seara, e pensar que, porque nom, Uxio, entre outras cousas, tamem é um enunciador do "outro mundo é posíbel", quando num dos seus textos escrebe:
"Galicia (...)
recóllote i érgote no verbo enteiro
no verbo verdadeiro que fala o pueblo
recóllote pros novos que vein con forza
pros que inda non marcou a malla d´argola
pros que saben que ti podes ser outra cousa
pros que saben que o home pode ser outra cousa
sabemos que ti podes ser outra cousa
sabemos que o home pode ser outra cousa"
Tamem gosto deste Uxio activista antiglobalizaçom, enquanto escuito a Dios ke te Crew no CD.
Em fim, despois de anos e anos de luitar polo Courel contra o PP, agora a gente segue a trabalhar contra um poder que agora é bipartito e igualmente letal.
Si, ou pior!
Apesar de todo, ficam as palavras do poeta, do lado da natureza e a cultura, a terra e a comunicaçom. Porque sabemos que o Courel pode ser outra cousa que carne de canteira e mercadoria para refugalho:
"Non a forza do noso amor non pode ser inutle!"
Que a força do vosso amor vos acompanhe! |
|
|
|
Os tiradores das janelas do Palácio de Versalhes |
|

O home a quem, por discreçom, nesta história vamos chamar Lema marchou da Costa da Morte ao exílio em 1938.
Em Paris o seu primeiro trabalho foi de carpinteiro, como aprendera de seu pai em Camarinhas, no carro dos barcos. Ao pouco era pintor numha empresa de construcçom. E ao pouco capataz. Mais tarde, jefe de mantemento numha companhia de reformas e restauraçons.
Especializou-se em fundidos de ornamentaçom antigos e sorria tirando-lhe o tempo ao cobre, ao ferro, ao latóm antigo. E assi foi como Lema chegou ao Palácio de Versalhes em maio de 1941, quando os recem chegados nazis e o governo de Petain decidirom volver-lhe o brilho ao explendoroso Palais de Luis XIV.
Ao galego Lema encargouse-lhe a restauraçom das portas e as janelas, esquilmadas polo tempo e a desídia. O primeiro dia comeu um bocadilho de sardinhas em lata sentado sobre a cama de Luís XIV. Logo deitou-se a durmir a sesta. Quando acordou achegou-se a umha das dezasete janelas que dam ao jardim, logo de mirar-se nos dezasete espelhos da galeria, e passar por baixo dos dezasete arcos. E desde ali olhou o jardim.
Cansou aginha. E dixo algo assi como Venha, hai que trabalhar. E colheu entre os dedos o pesado tirador negro da janela. Estava frio, súcio e desgastado. E os dedos do carpinteiro percorrerom delicadamente coas gemas peritando a qualidade do metal. Seguramente ferro fundido, pensou. Entóm abriu os olhos e a boca debujando um O grande debaixo do seu bigode como nunca ninguém nunca na sua família nunca fixo nem fará outra vez. Respirou forte dezasete vezes.
Aquel tirador era de ouro, como os outros dezaseis tiradores das janelas da galeria do Palácio de Versalhes.
Tardou dezasete dias em fundir na frágua dum colega polaco dezasete réplicas de ferro dos tiradores de Palácio e substitui-nos polos de ouro. Logo, pouco a pouco, aproveitando o seu trabalho noutras reformas, foi instalando com discreçom os tiradores em diversos lugares da cidade de Paris.
O primeiro tirador colocou-no na porta dum prostíbulo da Rue des Plantes.
O segundo tirador, no portal do prédio onde vivia.
O terceiro tirador, numha porta do cemitério de Montparnase
O cuarto tirador, na última portinha do campanário de Notre Dame.
O quinto tirador, num armário da Casa de Galiza.
O sexto tirador, numha libraria de velho em Saint Germain.
O sétimo tirador, na sede do Partido Comunista.
O oitavo tirador, nunha escola infantil.
O noveno tirador, no metro, numha porta de servizo.
O dézimo tirador, nos banhos dum bar da praça du Tertre.
O décimo primeiro, num bateaux do Sena.
E os outros seis noutros sete lugares nos que deviam passar desapercibidos durante moito tempo.
E si, lograrom passar desapercibidos durante vinte anos, repintados por dezasete capas de pintura negra mate até que em 1975 o galego Lema decidiu voltar a Camarinhas.
Foi doado recupera-los. Ninguém lhe deu importáncia a aqueles pequenos roubos.
E quando o home a quem por discreçom chamamos Lema morreu em 1980, os seus dezasete filhos e filhas repartirom-se os dezasete tiradores de ouro das janelas do Palácio de Versalhes.
Umha das suas filhas, a quem por discreçom nesta história vamos chamar Laura, mostrou-me ontem um deles.
|
|
|
|
A casa borrosa |
|

Algumha gente di que vivo numha casa borrosa. Hai gente que passa por diante, frega nos olhos e miram como se fossem miopes e dim que vem umha casa desenfocada.
Dim que se achegam a toca-la e semelha longe. E eu digo-lhes: Mirai as paredes azuis e verdes, mirai o telhado de lousa negra, mirai a porta sempre aberta.
Mas a gente di que a minha casa desaparece confundida na néboa, e dim que vivo numha casa borrosa como umha mancha de aceite num papel da carniceria. E dim que as fotos sempre saem movidas, difuminadas como se alguém corresse a imagem cos dedos.
Dim que vivo numa casa borrosa, difícil de ver nitidamente. E eu digo-lhes: Vinde, pasai sem chamar, é confortábel, falemos, podo mostrar-vo-la por dentro. Mas hai quem di que mira e non ve nada, como se a minha casa fosse talvez invisíbel, a casa na que eu vivo, a minha casa azul e verde, e dim essas cousas aínda que a tenham diante dos olhos e eu sinale co dedo Ai está, mirai, ao lado do mar, nom é moi grande nem pequena.
Hai gente que se achega e tomamos un café e falamos do amor e dos arcos da velha e dim Que casa tam bonita.
Mas hai gente que nom quere saber nada da minha casa entre a néboa. E dim que miram e nom a vem e dam media volta e marcham.
|
|
|
|
A muxideira |
|

"Un tipo de Silleda, un día como outro calquera, estaba desexando facer unha pera pero, como estaba aburrido de darlle á manivela, tomou a opción de facela doutra maneira. Esta vez sería unha señora pera. Enganchou a muxideira e cargouna na gaita. Ao principio moi ben, pero cando xa taba con ela dentro, ostia!, demasiada presión. Así e todo daba gusto. O carallo é que cando se correu e quixo sacala, cona de dios!, como chupaba o aparato. Non a daba sacado! Chamaron os técnicos, os médicos e os bombeiros, a pouco mais e rebéntalle a gaita. Ao chaval non lle quedaron máis ganas de facer outra. Señora pera!"
Darío, Diego, David.
3º ESO
|
|
|
|
Conflito lingüístico e literatura (2) |
|

"E como sentides vós o nosso mundo, irmaos, levando na boca as palavras do home branco?"
O último mohicano, John Fenimore Cooper

"Y to que tos digo, amigos
d´aquí y d´astí y d´allá,
to, o sé de seguro,
son cosas qu´atros han dito,
qu´atros antis más
han sentiu, y que uei
sentiz con yo...
A mía boz
tremola con os aires,
brilla con o sol,
se chela con os zierzos,
s´aflama con as calors...
A mía boz ye a de tu
y d´ixa chen
que no conexemos
ni tu ni yo.
Ye a bida de nusatros,
d´os que mos fa mal
o corazón,
d´os qu´encara semos ninons
con o peso d´as añadas
y as arrugas d´o dolor...
A mía boz
-en tiengo encara de boz?-
ye de tu, amigo,
no a deixes morir en yo."
No deixez morir a mía boz, Anchel Conte

Lección de gramática
"¿Como se diz en uolof la palabra frontera, la palabra
patria? ¿Y en soniké? ¿Cómo-y llamáis al desamparu?
Si quereis dicir en bereber, por exemplu, yo tuvi una casa
nun arrabal de Rabat, ponéis nesti orde la frase? ¿Cómo
se conxuguen en bambara los verbos que lleven al norte,
qué axetivos-y cuadren a la palabra mar, a palabra muerte?
Si tenéis que marchar, ¿ye la palabra adiós un sustantivu?
¿Cómo se pronuncia en diakhanké la palabra exiliu?
¿Hay que xuntar los llabios? ¿Duelen? ¿Que pronomes usáis pal qu´espera na playa,
pal que regresa ensin nada?
Cuando señaláis p´allá, pa contra casa, qué alverbio escoyéis?
¿Cómo se diz na vuestra, na nuestra llingua la palabra futuru?"
Berta Piñán
|
|
|
|
|
|
|