Daria é russa, de Petersburgo, e começou a falar a nossa língua hai um ano. Está a preparar umha tesinha sobre a traduçom do galego ao russo e, ao pé do mar de Fisterra, o dia que conheceu as pulgas de mar e o carangueijo ermitam, contou-nos algumhas cousas sobre estes dias de verao que está a viver, em galego, na Galiza.
No seu discurso no Consello da Cultura Galega, um ponto clave:
... por que nom podemos deixar o galego de lado e aportar á cultura universal desde o castelám?
E argumenta: Kafka era checo e escrebeu em alemam e Joyce, irlandés e escrebeu em inglés. Cito a Feijoo no discurso:
"(Kundera) Refírese ao que el chama provincianismo, definido como a incapacidade de considerar a cultura propia no contexto das culturas do mundo. Explica así os desacougos da elite cultural do seu país diante de figuras como Kafka, un checo que escribiu ou que escribía en alemán. Ou incluso el mesmo, Kundera, que adopta o francés despois do seu exilio. Ámbos os dous únense a unha longa ringleira de homes da cultura que se adiantaban á globalización por propia vontade ou obrigados por circunstancias. É o caso de James Joyce ou Beckett que sofren... que nutren, perdón, a cultura irlandesa con obras en inglés ou francés. Ou Ionesco, autor romanés que entra na academia francesa, ou o polaco Conrad, que non deixa de selo malia expresarse en inglés."
Perverso, acomplexado e cosmopaleto, e violentamente espanholista pois tem como objectivo avanzar na desgaleguizaçom pura e dura, o governo que está a disparar a discreçom contra a nossa cultura, mesmo numha das casas grandes da Cultura Galega da que esperemos -porque se nom vam paga-las- esteja á altura na defensa e criaçom da nossa identidade.
Se tes uns minutos e queres conhecer melhor como pensam e o que nos espera, paga a pena ler um comentário interessantissimo em Lándoas
"Atendendo ao anúncio da porta do estabelecimento ..... Santiago de Compostela: «Se necesita dependienta. Razón aquí», entrei no referido estabelecimento com um currículo e entreguei-o à pessoa ao cargo.
Depois de ler o currículo e perguntar-me sobre a minha experiência laboral prévia, eu respondim em galego. A reacçom desta pessoa foi a seguinte:
«Como veo que no sabes hablar español, no me interesa. Gracias»
Evidentemente eu falo perfeitamente castelhano e galego, assim como algo de inglês, mas ao tentar explicar-lho, este homem nom atendeu a razons e seguiu repetindo:
«Como veo que no sabes hablar español, no me interesa. Gracias».
É isto bilingüismo cordial? Isto é o que pretende Galicia Bilingüe?
P.S.: Esta história acontece em 2009, nom em 1950."
Em chuza atopei qual era essa tenda e escrebim-lhes este email:
Ola,
Chamo-me Séchu Sende e vivo em Compostela, no bárrio das Fontinhas, ao lado de Área Central.
Escribo estas palavras para lhes comunicar a minha decisiom de nom voltar entrar no seu estabelecemento e fazer todo quanto esteja na minha mao para que familiares, amig@s e colegas saibam da política galegófoba da sua empresa.
Despois de ler em vários médios de comunicaçom que o seu estabelecemento discrimina os falantes de galego -a língua que falo desde os 17 anos- envio este email para lhes comunicar que me sinto indignado com cidadám e que farei todo o posível para dar a conhecer esta imensa falta de respeito cara ao idioma próprio de Galiza e, por suposto, cara a umha persoa despreçada, humilhada e discriminada por raçom de língua.
Inaceitável!
...
Anima-te a enviar-lhe um correio electrónico para que nesta empresa saibam que se mexam por nós... nós caghamos por eles, como di O´Leo.
De súbito aparece umha bolsa azul
no vento.
O vento vai recolhendo as bolsas azuis abandonadas.
Vemo-las passar de vez em quando
movendo-se em forma de oito ou em espiral.
Descansam derriba dos prados,
nos arames de espinho
ou em árvores frutais
atraídas por esses pedaços de espelhos
que penduram das ponlas.
Hai milhons de bolsas azuis a voarem no vento.
Se esperas um pouco nom tardará
em passar umha.
A gente pensa que as bolsas de plástico
vagam sem rumbo.
Todo o contrário, sempre vam cara a algures,
a morte.
Descobreu-no o mimetista Pancho Lapeña
que viajou vários anos detrás dumha bolsa azul
no vento.
Agora Pancho Lapeña está sentado
numha bombona de butano
e a bolsa azul de plástico descansa aos seus pés
entre umhas galinhas.
Quando volte soprar o vento ponheram-se em caminho.
Pola noite Pancho Lapeña enfoca a bolsa
com a lanterna que leva na fronte.
Quando dorme persegue a bolsa de sonho em sonho.
As bolsas azuis baleiras voam
lentamente cara á morte
como os elefantes aos seus cemitérios.
Muitas das bolsas que caem no mar
acabam nas gorjas das tartarugas.
E muitos corvos morrem com a cabeça dentro
de bolsas de plástico abandonadas.
Nom se sabe que buscam aí dentro.
As bolsas som grandes depredadoras.
Pancho Lapeña gravou em vídeo
como umha bolsa de plástico afoga um jílgaro
na beira dum rio.
Durante a sua viagem, a bolsa azul
intentou várias vezes
entrar na boca de Pancho Lapeña mentres durmia.
A raíz do estudo de Pancho Lapeña
sobre o comportamento das bolsas de plástico
famosos biólogos defendem que som seres vivos
e reclamam incluí-las
na família dos invertebrados.
Hai milhons de bolsas azuis a voarem no vento.
Se esperas um pouco nom tardará
em passar umha.