Excelentíssimos amigos e amigas,
ilustríssimas e ilustríssimos colegas,
boa noite!
Gente de Anhobre, de Arnego, de Asorei, de Báscuas, Besejos, Bodanho, Brandariz, Camanzo, Cárbia, Cumeiro,
Duxame, Ferreirós, Fontao, gres, Laraço, Lonho, Merça, Obra, Oirós, Olhares, Pilonho, Porto de Mouros, Sabrejo, Salgueiros, Sam Pedro de Losom, Sam Tomé de Ínsua!
Gente de Vila de Cruzes
e do resto do mundo,
boa noite!
Sei que algumha gente preferiria a Norma Duval ou a Paquirrim para dar o pregom..., espero nom defrauda-los!
É para mim umha honra estar hoje aqui com vós, num Festival de rock organizado por gente nova, de veras, graças!
Como dicia o outro, umha Festa da Mocidade sem rock é como umha Festa do Galo sem capóm ou do Chouriço sem chouriços. Já o diciam os Jabom Blue: Pero como non nos vamos a queixar
se as festas son para a terceira edá,
os rapaces emighran po bar,
a discoteca ou o disco-bar
Assi que recibamos com um aplauso o rock nas ruas das Cruzes!
Como professor umha das cousas mais satisfactórias é achegar ás aulas a música que hoje se está a fazer no país, por todo o país e de todos os estilos.
A história da literatura tamém se escrebe nos Cds de hip hop ou rock.
E a história da língua esta a se escreber tamém enriba dos escenários.
O Novo Cruceiro Rock é um pulo moderno, actual e vivo ao idioma: Graças pola Festa!
Dim que este ano moita gente vamos enfermar de gripe porcina.
Mais hai outra doença que corre o risco de se extender por Galiza.
É a galego-fóbia.
O outro dia estava a minha companheira Rocio com a nossa nena em Santiago e veu umha senhora e perguntou: Y luego como se llama? Chama-se Estrela, dixo a mai. E a senhora: Hola, Estrella, Ola, Estrellita... Nom, chama-se Estrela, repetiu a mai. E a senhora dixo: Ui, es que a mi el gallego no me sale.
Hai mais gente do que parece enferminha de galego-fóbia, como essa outra senhora que dixo que Las matemáticas no se pueden dar en gallego. Tres al cubo que seria, tres al caldeiro?
O pior é que a doença chegou ás altas esferas.
E que as primeiras decisons galego-fóbicas forom contra o rock´n roll: eliminar os dous programas que na rádio e na tele nos informavam sobre rock, ska, hip hop, reggea... E nom estou a falar de Luar.
Aberto por reformas e Onda Curta.
Por arte de mágia fixerom desaparecer a música galega mais moderna, actual e innovadora dos medios de comunicaçom públicos.
Assi que já sabemos que aos galego-fóbicos nom lhes gusta que a gente nova fale galego e escoite ou faga rock.
E aqui gusta-vos o rock?
E aqui falades galego?
Aqui falam galego os rios, os sprays, a rapaza da cámara de vídeo na mao, as guitarras eléctricas e a distorsiom, os tractores, os guerreiros do espaço japoneses, os blogs, os teléfonos móbiles, as baleas que sonhamos e 15 mil gaiteiros.
Graças a gente como vós, a gente que em Vila de Cruzes, geraçom tras geraçom, falades galego, a nossa língua está aqui hoje. Viva! E esse é um dos maiores valores deste concelho, que o saibades.
Porque a língua é a nossa maior riqueza cultural, social e económica como povo. Porque é parte da nossa identidade. E o mais valioso que tem cada um, cada umha de vós, e os povos do mundo, é a sua forma de ser.
Pero olho, o galego é património de todos e todas, sejamos da aldeia, da vila ou da cidade, de direitas ou de esquerdas, de folkies, roqueiras e djs, de nenos, nenas e maiores, de trabalhadores e empresárias... Porque a língua une-nos a todas e todos os galegos.
E quando a gente se une que passa: Hai Festa!
Em Galiza sabemos muito de festas. O veram enche-se de festas Gastronómicas. Quase que cada parróquia tem a sua: do percebe, da nécora, do carneiro ao espeto... Só falta a Festa Gastronómica da Lata de Conservas.
Mais o veram tamém se enche de festivais Musicais e Vila de Cruzes une-se esta note á Irmandade dos Festivais galegos. Em cada festival lateja o nosso idioma e a festa enche-nos o peito:
Festival de Vilaseco, Antros Pinos de Rianxo, Ortigueira Rock, Sen un Can do Carvalhinho, Desconcerto de Betanços, Castelo Rock de Muros, Brincaeira de Ordes, Irmandinho de Moeche, Festidoiro de Cuntis, Festival da Poesia do Condado, Festival Troula na Banda, Vigourban, e mais...
E agora, outra vez despois de tantos anos, o Cruceiro Rock de Vila de Cruces!
Sabedes que o concerto de Bruce Springsteen começou com a Rianxeira? Pois hoje nós vamos cantar umha rancheira.
Porque o humor e a festa nom estám renhidos com a cultura, hoje vamos cantar umha cançom mui epsecial, e de passo -quem nom a saiba- pode ir aprendendo a letra.
A música, a de Allá en el Rancho Grande. A letra, a original do mariachi Eduardo Pondal. Com todos os respeitos, desculpade a minha afonia e a falta de oído...
Aí vai
Que din os rumorosos
Na costa verdecente,
Ó rayo trasparente,
Do prácido luar...?
Que din as altas copas
D'escuro arume arpado,
Co seu ben compasado,
Monótono fungar...?
Do teu verdor cingido,
É de benígnos astros,
Confin dos verdes castros,
E valeroso clán,
Non dés a esquecemento,
Da injuria o rudo encono;
Despérta do teu sono,
Fogar de Breogán.
Os boos e generosos,
A nosa voz entenden;
E con arroubo atenden,
O noso rouco son;
Mas, sós os ignorantes,
E férridos e duros,
Imbéciles e escuros
No-nos entenden, non.
Os tempos son chegados,
Dos bardos das edades,
Q'as vosas vaguedades,
Cumprido fin terán;
Pois donde quer gigante,
A nosa voz pregóa,
A redenzón da bóa
Nazón de Breogán.
Mais nada que agradecer outra vez a toda a gente da comisiom de festas, á gente de fixo posível a Volta á Orixe do Novo Cruceiro Rock
Viva Vila de Cruzes!
Viva o Cruceiro Rock!
Viva todos e todas vós!
Vila de Cruzes, 7 de agosto, 2009
E ao final, nom choveu.
Pipas Group, graças polo acompanhamento musical...
A miña patria é o meu futuro,
vou cara a ela día a día.
O camiño é longo e
construímolo entre moitos
homes e mulleres xuntos
coa nosa historia de pedra e de palabras.
Imos sempre máis alá,
cara ao país de sempre,
coas palabras que aínda non dixemos
e os soños que non soñamos aínda.
Imos pouco a pouco e avanzamos
de forma sideral fóra dos mapas.
E a vós que agardades no porvir direivos
que estamos a defender a vosa lingua agora.
Levarémosvos todas as palabras
que temos nas mans, nas rúas, nas escolas.
E faremos máis na fábrica dos soños.
Daria é russa, de Petersburgo, e começou a falar a nossa língua hai um ano. Está a preparar umha tesinha sobre a traduçom do galego ao russo e, ao pé do mar de Fisterra, o dia que conheceu as pulgas de mar e o carangueijo ermitam, contou-nos algumhas cousas sobre estes dias de verao que está a viver, em galego, na Galiza.
No seu discurso no Consello da Cultura Galega, um ponto clave:
... por que nom podemos deixar o galego de lado e aportar á cultura universal desde o castelám?
E argumenta: Kafka era checo e escrebeu em alemam e Joyce, irlandés e escrebeu em inglés. Cito a Feijoo no discurso:
"(Kundera) Refírese ao que el chama provincianismo, definido como a incapacidade de considerar a cultura propia no contexto das culturas do mundo. Explica así os desacougos da elite cultural do seu país diante de figuras como Kafka, un checo que escribiu ou que escribía en alemán. Ou incluso el mesmo, Kundera, que adopta o francés despois do seu exilio. Ámbos os dous únense a unha longa ringleira de homes da cultura que se adiantaban á globalización por propia vontade ou obrigados por circunstancias. É o caso de James Joyce ou Beckett que sofren... que nutren, perdón, a cultura irlandesa con obras en inglés ou francés. Ou Ionesco, autor romanés que entra na academia francesa, ou o polaco Conrad, que non deixa de selo malia expresarse en inglés."
Perverso, acomplexado e cosmopaleto, e violentamente espanholista pois tem como objectivo avanzar na desgaleguizaçom pura e dura, o governo que está a disparar a discreçom contra a nossa cultura, mesmo numha das casas grandes da Cultura Galega da que esperemos -porque se nom vam paga-las- esteja á altura na defensa e criaçom da nossa identidade.
Se tes uns minutos e queres conhecer melhor como pensam e o que nos espera, paga a pena ler um comentário interessantissimo em Lándoas
"Atendendo ao anúncio da porta do estabelecimento ..... Santiago de Compostela: «Se necesita dependienta. Razón aquí», entrei no referido estabelecimento com um currículo e entreguei-o à pessoa ao cargo.
Depois de ler o currículo e perguntar-me sobre a minha experiência laboral prévia, eu respondim em galego. A reacçom desta pessoa foi a seguinte:
«Como veo que no sabes hablar español, no me interesa. Gracias»
Evidentemente eu falo perfeitamente castelhano e galego, assim como algo de inglês, mas ao tentar explicar-lho, este homem nom atendeu a razons e seguiu repetindo:
«Como veo que no sabes hablar español, no me interesa. Gracias».
É isto bilingüismo cordial? Isto é o que pretende Galicia Bilingüe?
P.S.: Esta história acontece em 2009, nom em 1950."
Em chuza atopei qual era essa tenda e escrebim-lhes este email:
Ola,
Chamo-me Séchu Sende e vivo em Compostela, no bárrio das Fontinhas, ao lado de Área Central.
Escribo estas palavras para lhes comunicar a minha decisiom de nom voltar entrar no seu estabelecemento e fazer todo quanto esteja na minha mao para que familiares, amig@s e colegas saibam da política galegófoba da sua empresa.
Despois de ler em vários médios de comunicaçom que o seu estabelecemento discrimina os falantes de galego -a língua que falo desde os 17 anos- envio este email para lhes comunicar que me sinto indignado com cidadám e que farei todo o posível para dar a conhecer esta imensa falta de respeito cara ao idioma próprio de Galiza e, por suposto, cara a umha persoa despreçada, humilhada e discriminada por raçom de língua.
Inaceitável!
...
Anima-te a enviar-lhe um correio electrónico para que nesta empresa saibam que se mexam por nós... nós caghamos por eles, como di O´Leo.
De súbito aparece umha bolsa azul
no vento.
O vento vai recolhendo as bolsas azuis abandonadas.
Vemo-las passar de vez em quando
movendo-se em forma de oito ou em espiral.
Descansam derriba dos prados,
nos arames de espinho
ou em árvores frutais
atraídas por esses pedaços de espelhos
que penduram das ponlas.
Hai milhons de bolsas azuis a voarem no vento.
Se esperas um pouco nom tardará
em passar umha.
A gente pensa que as bolsas de plástico
vagam sem rumbo.
Todo o contrário, sempre vam cara a algures,
a morte.
Descobreu-no o mimetista Pancho Lapeña
que viajou vários anos detrás dumha bolsa azul
no vento.
Agora Pancho Lapeña está sentado
numha bombona de butano
e a bolsa azul de plástico descansa aos seus pés
entre umhas galinhas.
Quando volte soprar o vento ponheram-se em caminho.
Pola noite Pancho Lapeña enfoca a bolsa
com a lanterna que leva na fronte.
Quando dorme persegue a bolsa de sonho em sonho.
As bolsas azuis baleiras voam
lentamente cara á morte
como os elefantes aos seus cemitérios.
Muitas das bolsas que caem no mar
acabam nas gorjas das tartarugas.
E muitos corvos morrem com a cabeça dentro
de bolsas de plástico abandonadas.
Nom se sabe que buscam aí dentro.
As bolsas som grandes depredadoras.
Pancho Lapeña gravou em vídeo
como umha bolsa de plástico afoga um jílgaro
na beira dum rio.
Durante a sua viagem, a bolsa azul
intentou várias vezes
entrar na boca de Pancho Lapeña mentres durmia.
A raíz do estudo de Pancho Lapeña
sobre o comportamento das bolsas de plástico
famosos biólogos defendem que som seres vivos
e reclamam incluí-las
na família dos invertebrados.
Hai milhons de bolsas azuis a voarem no vento.
Se esperas um pouco nom tardará
em passar umha.
Son unha alumna de 1º de Bacharelato do IEs Escolas Proval que quere manifestar o seu dereito a expresarse e a dicirlle algunas cousas:
1.- Que lle escribo no meu nome, sen estar influenciada nin polos meus profresores, nin amigos, nin familiares.
2.- Que aínda que escribo en galego, a miña vida normal desenvólvese en castelán, a lingua na que me educaron, aínda que meus pais entre eles ás veces falan en castelán e ás veces en galego.
3.- Que todo isto das enquisas paréceme un disparate sen ningún sentido. Ao único que nos vai levar é a un enfrontamento orixinado pola obriga a ter que posicionarnos nunha das dúas opcións, é como se a un neno o obrigasen a elixir entre a súa nai e o seu pai e respondese que os quere por igual. O mesmo pasa coas linguas de Galicia, se somos bilingües, as dúas teñen que ter as mesmas oportunidades e falarse nos mesmos sitios.
4.- Ademais quero dicirlle que na escola é hoxe en día case o único lugar, polo menos eu así o vexo, onde moitos rapaces, a gran maioría, teñen contacto co galego. Se vostede vai ao Centro Comercial da Ramallosa, ao cine, á discoteca? case toda a vida social dos adolescentes se desenvolve practicamente en castelán. Estamos en Nigrán, como podíamos estar en Ciudad Real ou en Cáceres, soamente na escola sabemos que estamos nun instituto de Galicia, onde nos sentimos galegos, onde podemos falar sen prexuízos, onde non parece que falemos nunha lingua infravalorada, e créame señor Conselleiro, iso soamente se consegue, como dicía castelao, por obra e gracia do idioma.
Makinária é um rapaz de Dodro flipado polos carros. A gente nova da sua comarca admira-o polo amor que lhe tenhem os motores dos coches. O seu nome dá-lhe título ao último livro de Carlos Negro, palavras sobre esse fio que separa a vida da morte, a estrada.
As rodas falam.
Se queres conhecer melhor a religiom da eufória, a velocidade e a gasolina, a Galiza a ras, e ler versos como curvas que ardem...
Preguntade a calquer neniño pera
dos que a feixes se atopan pol-as vilas,
qué opinión é a que ten da nosa fala,
e diravos axiña:
"Yo te soy más gallego que cualquiera,
mas, ¡caray! ¿voy hablar cual los paisanos?
¡no en mis días!, yo te soy hombre fino,
no te soy ordinario".
Falade con calquera señorote
(barba, facheda, calva cintilante)
orgulo do casi do seu pobo,
a asín expricaráse:
"El dulce dialecto de Galicia
está bien para hacer bonitos versos,
mas querer emplearlo a todo pasto
es utópico y necio"
Falade con calquera rapariga
(linda cara, feituca testa oca)
encol do emprego da galega fala
e ha dicir a fermosa:
"La Casa de la Troya"... te me gusta,
tan solo por sus frases en gallego,
encantiño, vidiña, tierra meiga.
¡Es tan dulce y tan bello!"
Seguide preguntando inda a mais xente,
"horteriñas", barbeiros prefumados,
"cubanitos" côs seus dentiños douro,
todos eles diranvos:
"Mismo, mismo, no puedo afegurarme
q´haiga quien el gallego inda usar quiera.
¿Hablar como el labrego ¡Dios me libre!
¡Es un habla tan feia!"
"Además, en Madrí y en la Curuña,
Habana y Buenos Aires, non se emplea
mais habla quel hermoso castellano,
nunca el habla gallega"
"¿Y si acaso las gentes se decatan
por tu hablar que naciste nesta terra?
te caístes y nadie te alevanta,
todo dios te chotea.
.................................
¿A que seguir? Como estas opiniós
moitas mais acharedes de seguro,
pois, pol-a mala fada, inda hai a feixes
imbéciles e escuros.
Korgomófilo
El Heraldo de Galicia, Ourense, nº 30, 25 de maio de 1931.
...
Um poema de Florencio Delgado Gurriarán -com o pseudónimo Korgomófilo- recolhido do ensaio de Ricardo Gurriarán Florencio Delgado Gurriarán. Vida e obra dun poeta valdeorrés, republicano e galeguista. Ediciós do Castro, 1999, Sada.
...
Que se Uxio Novoneyra, que se Carvalho Calero, que se Lois Pereiro para o Dia das Letras do 2010..., pois nós tamém queremos recordar um poeta de especial interesse desde a perspectiva social da língua e o conflito lingüístico.
Um achegamento á poesia de tema sociolingüístico de Florencio Delgado Gurriarán, aqui!