Falarás a nossa língua
porque estamos contigo,
minha filha.
Falaras a nossa língua
e as tuas palavras formarám parte
da natureza.
Serám estrelas nos dentes,
vagalumes frágeis,
sementes de algo
que nom conhecemos aínda.
Atravessarám o céu do teu padal
os nomes dos paxaros,
crescerám os nomes das árvores
na raíz da tua língua
e um dia despois da tormenta
sairá das tuas palavras
o arco da velha.
E falarás a nossa língua.
Como nesse conto infantil
no que ao final consegues superar os obstáculos
e vencer os inimigos
que querem roubar-che as palavras,
falarás a nossa língua.
Falarás a nossa língua
e aprenderás a fazer lume
chocando duas palavras
contra o frio.
Contra a fame
falarás a nossa língua.
Falarás a nossa língua
e moverás a terra com as vibraçons
das tuas cordas vocais
e aprenderás a cambiar o mundo
como a mulher que cambiava as cousas
de sítio.
Falarás a nossa língua
e quando as tuas palavras se sintam soas
-por todo o que sabemos-
procurarás outras vozes como a tua.
Escuita...
É mui emocionante.
Somos muita gente.
Acompanha-te o teu povo
e muitos outros povos como o nosso e
se o povo defende a língua
a língua protege o povo.
Adiante.
Falarás a nossa língua
e a música reventará as tuas palavras
como estalitroques nos dedos, globos de cores,
coqueteis molotov, bombas de palenque
no céu.
E falarás a nossa língua.
Recolherás as palavras que abandona algumha gente
no caminho
e ajudarás a outra gente a recuperar
as palavras perdidas.
Falarás a nossa língua
com homes, mulheres, nenas e nenos
do teu tempo,
do passado e do futuro
Falarás com o vento.
Falarás a nossa língua.
Perguntarás que significam as palavras desconhecidas
porque gostas das aventuras, dos dragons,
dos caroços das maçás,
dos vulcáns em erupçom, dos caracois.
Falarás a nossa língua.
Dormirás com o pijama do ouriço cacho
e um verso no peito
e sonharás que falas qualquer
dos 6.000 idiomas do planeta.
Falarás a nossa língua
com palavras como casas,
como baleas,
caixóns com culheres,
palavras como Pippi Langstrumpf a saltar
enriba da cama entre moedas de ouro,
e algum dia abraçaras-nos com elas.
Falarás a nossa língua
e as tuas palavras abrirám
os caminhos da vida.
Este desenho é umha alucinaçom para Ramiro Torres, do Grupo Surrealista Galego, autor de Esplendor Arcano, um livro para ler encima de 7 banheiras. Se premes enriba podes olha-lo com mais detalhe.
Estamos mui contentas, Laura, Rocio e mais eu porque a aventura da "Viagem ao Curdistám para apanhar estrelas" continua com muita gente no caminho.
Acabam de chegar da imprenta as caixas com 500 exemplares mais, com capas noutras tres novas cores, e neste projeto de autoediçom e autodistribuçom queremos agradecer a toda a gente que nos transmitiu as suas ideias e emoçons sobre o livro e a toda a gente que colaborou na distribuçom.
Podedes ler algumhas informaçons arredor do livro nas seguintes ligaçons:
Outra crónica do encontro com alunado do IES Félix Muriel de Rianxo, no blogue Bico da Ria
E umha entrevista na Rádio Galega, no programa Diário Cultural
Queremos agradecer especialmente a toda a gente que nos convidou para lançar o livro nos seus espaços coletivos: livrarias, locais sociais, bares, centros de ensino ou conservatórios de música... E mais que virám!
Aqui temos algumhas fotos de diversos lançamentos, com alguns amigos e amigas que participarom nos lançamentos do livro, aínda que nom som todos +s que forom! Um abraço de dous minutos para vós!
Na livraria Ciranda, com Miguel Penas, Víctor Freixanes e Xurxo Martins
Presentando com Ernesto Espinha, na Livraria Suévia, na Corunha.
No IES Perdouro, com Bernardo Penabade e Matias Nizieza
Com Bernardo Penabade (na foto, do blogue A figueira do rio), Plácido Travieso e o Grupo Vocal Son de Nós, em Viveiro.
Com Rocio Candales e Pepa Baamonde, no Bar As Duas, em Compostela.
No lançamento na Livraria Couceiro, em Compostela.
Na Livraria Pedreira, com Olga Patiño, em Compostela.
Em Ferrol, com Maurício Castro, na Fundaçom Artábria.
...
Como sabedes, as vendas do livro estám destinadas a financiar um intercámbio educativo entre a Escola de Ensino Galego Semente e umha escolinha do Curdistám.
Seguimos no caminho da língua!
Obrigado!
Um abraço a tod+s!
...
Pontos de venda:
O livro está á venda, nesta altura, nos seguintes pontos de venda:
1. Desenhamos in situ, no interior e no exterior, registando directamente o que observamos.
2. Os nossos desenhos contam a história do que nos rodeia, os lugares onde vivemos e por onde viajamos.
3. Os nossos desenhos são um registo do tempo e do lugar.
4. Somos fiéis às cenas que presenciamos.
5.Usamos qualquer tipo de técnica e valorizamos cada estilo individual.
6. Apoiamo-nos uns aos outros e desenhamos em grupo.
7. Partilhamos os nossos desenhos online.
8. Mostramos o mundo, um desenho de cada vez.
Aí estou, arriba, a desenhar no Curdistám, em Mardim, no hotel onde roubei umha colherinha porque renegavam da língua curda. Tenho muitas cousas que lhe agradecer a meu pai, e esta é umha, porque com ele aprendim a desenhar de pequeninho e já nunca deixei de o fazer. Lembro que de pequeno sempre quigem ter umha tatuagem como A tatuagem de meu pai.
E essa foto de arriba é num bar em Paris na viagem com Celso Sanmartín.
Gostei de descobrer esta comunidade internacional do Urban Sketching, movimento comunitário que existe na própria Galiza, ou em Portugal e em Espanha e e que este ano vai fazer o seu encontro mundial em Barcelona.
Desse impulso por ilustrar algumhas das minhas viagens nascerom outros diários gráficos como o de Paris ou a Viagem a Euskal Herria.
E escrevo hoje isto porque no fondo sigo a ser aquel neno que passava horas olhando como pintavas. Continuo a ser aquele neno que de maior queria pintar como ti.
...no 28 por cento dos fogares utilizaria-se a madeira como fonte de energia.
22 persoas estariam em risco de exclusom social e pobreza.
Mais do 21% da povoaçom activa estaria desempregada e o paro feminino duplicaria o masculino.
26 nunca teriam visto um ouriço cacho vivo ou morto numha estrada secundária.
?5 persoas tocariam um instrumento musical.
46 persoas teriam conexiom a Internet.
95 veriam habitualmente a TV
O número médio de tempo diante da TV seria de 2 horas e 34 minutos ao dia.
As 100 persoas tiverom ou terám sonhos eróticos.
6 sonharom ou ham sonhar algumha vez com ouriços cacho.
35 viviriam no rural. 60 trabalhariam no setor serviços. E 10 do agro e da pesca.
16 teriam menos de 20 anos. E 22 mais de 65.
7 persoas practicariam ciclismo de vez em quando.
3 atropelarom ou atropelarám um ouriço cacho na estrada nalgum momento da sua vida.
40 persoas leriam habitualmente revistas do coraçom e 7, revistas culturais.
41 persoas teriam lido um livro no último ano.
19 persoas viviriam em casas com menos de 10 livros e 8 em casas com mais de 500.
6 persoas leriam habitualmente em galego. 59 persoas leriam ocasionalmente em galego.
De cada 100 livros vendidos, 7 estariam escritos em galego.
6 persoas pensariam que os livros podem ser perigosos,
especialmente os que tenhem escritas as palavras
ouriço cacho.
O 7% dos nenos e nenas de 5 a 16 anos entenderiam pouco ou nada o galego falado.
O 16 % dos nenos e nenas de 5 a 16 anos saberiam falar galego pouco ou nada.
No 21 % dos fogares todos os habitantes falariam habitualmente só em galego.
No 10 % dos fogares falaria-se só em castelám.
27 persoas nunca pronunciarom estas duas palavras: ouriço cacho.
35 persoas nunca iriam ao cine e 11 persoas iriam ao cine cada mes.
21 persoas iriam ao teatro algumha vez ao ano.
64 persoas iriam a concertos de orquestras nas verbenas umha vez ao ano polo menos.
4 persoas nom bailarom nem bailarám nunca.
38 persoas pertenceriam a umha ou mais associaçons.
94 persoas estariam a favor de determinadas medidas para a proteçom do médio ambiente. 36 persoas estariam a favor de restringir o uso do transporte privado.
9 mulheres e 8 homes de 16 ou mais anos participarom en actividades relacionadas com o médio ambiente no último ano.
3 persoas saberiam que só morrem esmagados 1 de cada 500 ouriços cacho que cruzam as estradas
36 persoas nom votarom nas últimas eleiçons
e quem governa nesse lugar de 100 persoas
só tivo o voto do 24% do censo.
1 persoa cada vez que ve um ouriço cacho esmagado que nom conseguiu cruzar a estrada
entristece-se um pouco mas
sorri polos 499 que si o conseguirom.
Quando meu pai nasceu a sua madrinha dixo: De maior hei mercar-lhe um acordeom, este neno vai ser artista.
Passarom os anos, algo mais de dez, e um dia aquel meninho decidiu ir á casa da madrinha e dixo-lhe Nom quero ser músico, quero ser pintor. Pode dar-me os cartos para mercar cores?
E com os cartos que lhe deu subiu ao trem e marchou á cidade el só e mercou alguns tubos de óleo e pincéis e voltou á casa. Eram os anos sesenta e abriu um tubo e uliu as cores e a cor verde ulia mui bem.
Quando chegou á casa pediu-lhe á mae umha saba velha e ali pincelou o seu primeiro cadro. Mamá, tes outra saba? Nom, nom havia mais sabas velhas. Eram os anos sesenta e havia pouco de todo e o meninho procurou e puxo-se a pintar nos azulejos brancos do banho retratos de actores de Hollywood.
Aos quince ou dezaseis começou a trabalhar numha fábrica de coiro e gostava de mesturar os tintes e criar cores novas para tingir as peles e num caderno reuniu umha coleçom de pedaços de coiro de muitas cores. Uns anos depois emigrou á Franza, Paris.
Trabalhou duro numha cadeia de montagem, numha fábrica de borrachas para peças de avions. Mas o dia livre achegava-se à Praça du Tertre olhar como pintavam os pintores nos tempos de Brasens e Moustaki. E em Orsay botou horas diante das cores de Van Gogh.
Em Paris olhou um home tirar-se dumha ponte abaixo. Tinha um amigo pintor polaco. Umha noite sacarom-lhe umha navalha. E aló com os aforros mercou umha caixa portátil de pinturas e fixo umha tatuagem no braço direito, umha paleta com dous pinceis e quatro cores.
E ao pouco regressou, e nas fotografías que trouxo sempre sorri e nas fotografías já estava a tatuagem no braço.
E logo casou e começou a trabalhar numha oficina, com garavata, com outra gente com garavata, e tivo filhos e continuou a trabalhar numha oficina e logo noutra e noutra e noutra com muita gente de garavata e só mui de quando em vez quando nom tinha números entre as maos nem diante dos olhos, podía apanhar um pincel e pintar, mui de quando em vez, as cores.
Fora da casa nom ponhia camisas de manga curta por esconder a sua tatuagem. Nom gostava de dar explicaçons sobre as suas emoçons. As cores levava-as por dentro. E foi passando o tempo.
E passarom os anos. E mais anos. E um dia jubilou-se e foi enchendo a casa com o olor do óleo e o aguarrás, e foi enchendo as paredes da casa com prados e praias e portos e casas e rios e muitas outras cousas e emoçons do país no que vivía? E um dia voltou visitar Paris, com a camisa remangada.
Mas um dia enfermou e outro começou a lhe tremar o pulso. E foi deixando de pintar pouco a pouco até que um dia já nom puido caminhar até as pinturas e quando se deu conta deixou de pintar de todo. Lástima, pensou. Só me faltam uns minutos para acabar esse cadro. Só uns minutos, algumhas pinceladas.
A noite antes de morrer ficou durmido para sempre e, deitado de lado, aínda tivo força para estirar a mao e com um pincel invisível puxo-se a pintar na parede, com toda a sua vida entre os dedos.
Com as suas cores.
Eu penso que acabou o cadro. E deixou de respirar.
4 dias, 4 lugares, 4 temas.
Um mes despois de ver luz, o dia do partido de fútebol internacional organizado por Siareir@s Galeg@s entre Galiza e Curdistám, o meu novo livro, "Viagem ao Curdistám para apanhar estrelas", lança-se em Compostela dumha forma pouco habitual: um lançamento múltiple.
Com a segunda ediçom a ponto de saír, o livro "Viagem ao Curdistám" vai ser apressentado favorecendo quatro achegamentos á complexa realidade da maior naçom sem estado do mundo e á própria aventura de autoeditar um livro como este:
1. Na Livraria Ciranda, o dia 6 de fevereiro, com Víctor Freixanes, diretor da editorial Galaxia, e Miguel Penas, responsável da editorial Através, e presidente de AGAL, e mais o autor, numha mesa para falar sobre "Editar livros na Galiza", onde se falará sobre a crise económica ou sobre o NH e o Ñ, entre outras cousas.
2. Na Bar "As duas", o dia 7, com Pepa Baamonde e Rocio Candales, e mais o autor, para falar dum tema sobre o que muita gente tem perguntado: Qual é a situaçom das mulheres no Curdistám?
3. Na Livraria Pedreira, o dia 8, um achegamento ao conflito lingüístico por parte da sociolingüista Olga Patiño e mais o autor, com a participaçom do curdo Mehmet Akgoz.
4 E na Livraria Couceiro, na rua se o tempo acompanha, o sábado 9, ás 13.00, umha atividade lúdico-narrativa, dirigida ás crianças, com a intençom de dar-lhes a conhecer o Curdistám.
Com os maos cheias de agradecimentos, muitos abraços!
Judith achegou-me estas palavras nada mais ler a minha "Viagem ao Curdistám para apanhar estrelas" e despois acedeu generosamente a comparti-las:
"Fai tempo en Bolivia coñecín unha nena ayorea (totobiegosodes) coa que tiven una conexión incrible. Quería facerme un agasallo e díxenlle que me dera unha palabra... a palabra que máis lle gustase da súa lingua e que fose para min...
O seguinte que fixo foi ir a falar coa anciá do seu poboado e chegou traendo esta xoia:
IYABE: ?Coller o mellor de, cada momento, cada lugar, cada cousa e cada persoa?
Un pobo que ten unha palabra para definir algo así ten que ser realmente valioso. Quería compartila contigo.
Facía tempo que non me lembraba... Debería tela moito máis presente. Onte pola noite devorei o teu último libro e volveu...
SPAS!!!!
Gostei moitísimo del e sei que nas seguintes lecturas tamén será así. Fíxome rir, chorar e removeume..."
O passado 29 de dezembro, na festa do encontro das seleçons nacionais de fútebol Galiza-Curdistám, organizado por Siareir@s Galeg@s, apareceu o meu último livro: Viagem ao Curdistám para apanhar estrelas.
Estas som as primeiras palavras do livro: ?Os inuítes dizem que o único instrumento que se afia com o uso é a língua?? E estas som as últimas palavras do livro: ?Quando tu falas a língua do teu povo, o teu povo medra, porque o teu povo vive nas tuas palavras.?
Viagem ao Curdistám é o relato dumha aventura ao coraçom dum dos conflitos internacionais mais silenciados, o do povo curdo. Mas nom é só isso.
É umha viagem por um caminho no que encontramos um taxidermista de animais de granxa, estrelas ao alcance da mao, soldados de mal humor, um ladrom de colheres, campos de petróleo e campos de algodom, um gigante e muita gente que luita dia a dia pola independência, o amor, a vida e essas cousas cotiás.
Viagem ao Curdistám é um livro que nom foi escrito para ser editado. De verdade. É o diario dumha viagem persoal que, apesar disso, tem muito de viagem coletiva.
O livro é umha autoediçom e tem entre as suas finalidades recadar fondos para um intercámbio cultural que se está a realizar entre as crianças da Semente de Compostela e umha escola de Amed, capital do Curdistám, no estado turco.
A autoediçom e a distribuiçom pola rede social -e virtual- tem como objetivo que o livro -com desenhos a cor, com 3 capas de qualidade, com umha cuidada ediçom editorial...- tenha um preço mais popular. 10 euros, por certo.
Porque cremos na autoorganizaçom e na interrelaçom das persoas para criar, mover, transformar, compartir... bens de todo tipo, tamém culturais.
Viagem ao Curdistám é um diário desenhado e escrito de caminho e agora aparece como um ser imprevisto, um objeto precioso, umha faísca de cores, um livrinho que naceu da curiosidade, para ser compartido por quem goste do imprevisto, da beleza e da curiosidade. Mas nom é só isso.
Viagem ao Curdistám é umha reflexom sobre a vitalidade das línguas em situaçom de conflito político. Mas nom só.
Viagem ao Curdistám é umha viagem de descoberta do nosso próprio país, Galiza, a mais de 5000 km de distáncia.
Quando acabes de ler Viagem ao Curdistám gostaria de perguntar-che: Quanta ficçom há neste livro?
Este livro -que foi pensado, editado e impreso em pouco mais dum mes- nom seria como é sem a aportaçom de Laura Calvinho que, aparecendo de entre a rede social virtual, se ofereceu a fazer o desenho editorial.
Ela mesmo descreve o seu trabalho, que conseguiu converter este livro num objeto precioso:
"Para o desenho editorial optou-se por um formato apaisado que respeitasse a forma original do caderno no que se figerom as ilustraçons e que se adapta á primeira leitura da história através das images.
Das cubertas do livro figerom-se três versions em três cores diferentes inspiradas nas utilizadas na elaboraçom de tecidos artesanais como os que se mercarom durante a viagem que narra o livro. O papel reciclado e as texturas naturais adaptam-se ao conceito de caderno de viagem que está na origem da obra e respeitam o ambiente"
Muitos dos desenhos de Viagem ao Curdistám já forom publicados neste mesmo blogue, ou aqui. Agora o livro, além dos desenhos, contém o diário escrito e mais outros três textos relacionados com esta viagem.
O livro quer ser um fio mais de uniom e irmandade entre o Curdistám e a Galiza, um fio de uniom entra o nosso povo e os povos do mundo.
Mais informaçom sobre o encontro Galiza-Curdistám, acçom do movimento social de base galego e detonante da ediçom deste livro, realizado por gzvideos.info:
...
O livro está á venda, nesta altura, nos seguintes pontos de venda:
Onde podes atopar um livro que chame por ti com a tua própria voz??
Nas bibliotecas.
Onde umha banda desenhada sobre o home que nunca aprendeu a abraçar com os olhos fechados?
Onde está a Guia Completa das Borboletas do Estómago?
Nas bibliotecas.
Onde fica o livro sobre um corvo que pousa no teu ombro e fala?
Onde há um Manual para levitar cinco centímetros quando fas o amor?
Nas bibliotecas.
Onde estám os Mapas topográficos do interior das mulheres rebeldes?
Onde podo achar um livro para me librar do eu que nom quero ser?
Onde está o Manual de autoajuda para nos enfrontar coletivamente aos antidistúrbios soprando com o ar dos nossos pulmons?
Nas bibliotecas.
Onde há umha antologia dos teus melhores sonhos eróticos incluídos os que aínda nom sonhache?
Onde podo atopar um Ensaio sobre os graffitis nas portas dos banhos?
Onde o poema sobre a noite em que o Leo Campos e Garcia de Dios ke te Crew lhe entregarom a Public Enemy umha bandeira da Galiza no concerto de Castrelos e Chuck D e dixo Defendei o vosso país por todos os medios possíveis?
Nas bibliotecas.
Em que lugar pode haver um livro de Bukowsky com tres pingas de esperma?
Onde o libro de memórias com a marca de água das bágoas de Nelson Mandela o dia que foi liberado?
Onde a Enciclopédia Universal da Soidade?
E o Livro Negro das torturas da polícia espanhola?
Nas bibliotecas.
Onde está o livro das melhores fotografias tiradas desde os teus olhos?
Onde a Declaraçom dos Direitos dos Homes e das Mulheres Lobo?
Onde podes achar um livro sem palavras?
Onde podes ler o poema sobre a tua morte?
Nas bibliotecas.
Em que lugar está esse livro que te humidece?
Onde está o livro que cámbia o ritmo da tua respiraçom?
Onde o livro que cambiará a tua vida ainda que nom te deas conta
até que umha noite te cruzes com um lobo na estrada?
Nas bibliotecas.
Onde estám os jornais domesticados que estabelecem os quatro temas sobre os que a gente tem que falar o resto do dia?
Onde está o jornal com palavras libres e selvagens que ninguém pode domear
com umha entrevista a Maria Xosé Silvar, Sés, onde explica os seus problemas
com a justiça española por defender o nosso idioma com a sua voz e umha pandeireta?
Nas bibliotecas.
Em que lugar podes dar com o livro de Música techno para provocar infartos coletivos?
Onde com o folheto que explica como defender-se dos abusos á clase trabalhadora?
Onde está a colecçom de fascículos das tuas amigas e amigos?
E o livro que ninguém escreveu?
Nas bibliotecas.
Onde está o Sumário do juíço no que te declaram culpável por defender a liberdade,
dous anos e um dia?
Onde o livro que fala sobre a Resisténcia?
Onde o libro com receitas para cozinhar com nitroglicerina?
E a Guia de Bonsais de Eucaliptos?
Onde o livro com a história de amor entre o piloto do hidroaviom húngaro
e o pirómano do Courel?
Nas bibliotecas.
Em que lugar está o livro sobre o excelente futuro laboral do Ciclo Médio de Pompas Fúnebres?
Em que lugar podes achar o pregom do alcalde na Festa Gastronómica da Lata de Conservas
Onde um livro sobre Artesania com coiro
de cacique?
Nas bibliotecas.
Em que lugar fica o livro com a história dos velhos que chegam á discoteca e botam á gente nova a bastonazos e a convertem em sala de baile da terceira idade?
Onde podes achar um ensaio sobre a poesia nos tatoos da mocidade galega do séc. XXI?
Onde um estudo sobre a composiçom química da sombra humana?
Onde umha entrevista a Carlinhos Gende na que fala dos seus sound-systems nos edificios abandoados de Vigo onde a gente baila com os olhos fechados e se transforma em lémures de Madagascar, gorilas na néboa, ouriços cacho a cruzar a estrada e tigres de Blake?
Nas bibliotecas
Em que lugar podes dar com umha revista sobre tractores violeta?
Nas bibliotecas!
E umha obra de teatro com as palavras de amor dumha mulher xorda, umha cega e umha muda?
Nas bibliotecas!
Onde estám os livros que eles nom querem que leias?
Nas bibliotecas!
Onde están as Instruçons para converter os sonhos em realidade?
Nas bibliotecas!
Em que lugar podes achar o livro que gosta de ler a gente que nom gosta de ler?
Fantástico! Um livro-disco Made in Vila de Cruzes!:
"O Clube da Lingua do IES Marco do Camballón e o Festival Novo Cruceiro Rock presentaron o venres 22 de xuño, no Festival da Lingua do instituto cruceño, o libro-disco cooperativo Sexo, lingua e rock´n. O volume foi elaborado por alumnado, exalumnado e profesorado do centro e conta con textos de xente vinculada á comarca, como a xornalista Belén Regueira ou a poeta Iria Anido Pedreira. Tamén participan no libro creadores como O Leo e Arremecaghona ou Vituco Neira, cantante de Ruxe Ruxe, junto ao desenhador gráfico Raio.
Xente Nova de Vila de Cruces
O libro supón a saída á luz pública dunha nova xeración de escritores e escritoras, como os exalumnos Vítor Pinheiro, Irene Portas, Juan Salgado, César Gúzman ou Álex Fiúza, que publican os seus primeiros textos literarios ao lado de escritores como Séchu Sende, profesor no instituto, ou Iria Anido, autora do poemario "Cambio de estrela". As alumnas Lina Iglesias, Natalia Santiso, Belén Quinteiro. Noelia Casal e Isabel Carmoega participan con textos que xiran en torno aos temas do libro: a lingua, o sexo e o rock´n roll.
O libro preséntase como "un proxecto dun grupo de xente nova que está a construír a súa vida desde a creatividade e o inconformismo, xente que cre na capacidade das palabras para cambiar as cousas, para cambiar o mundo".
Libro Disco
O libro inclúe o CD Camballón Mix nº 6, a sexta antoloxía de música galega actual, recompilada polo Clube da Língua. O CD inclúe dous temas especiais: un do rapeiro Gamy, e outro de Letícia Rey, alumnos do instituto.
Neste CD inclúense ademais temas de Ruxe Ruxe, Sacha na Horta, Carlos Gende, Dios Ke te Crew, Chupa de Sky, Joao Lucas e Marcelo, Sés, Aline Frazao, A cada canto, Fred Martins e Ugia Pedreira, Deolinda, Medomedá, O Leo, Deseqilibrio Mental, Familia Caamagno, Invivo e Heredeiros da Crus.
Lingua e rock
O libro é o resultado dunha creación cultural colectiva e participativa que vincula a nosa lingua coa modernidade e visibiliza a forma en que a xente nova do concello se enfronta aos conflitos sociais e culturais con valores de cooperación, xustiza social e creatividade.
Colaboración co Cruceiro Rock
O libro parte da cooperación de dúas entidades baseadas na participación da xente nova de Vila de Cruces: o Equipo de Normalización Lingüística do Marco do Camballón e mais o Cruceiro Rock. O Cruceiro Rock, que este ano terá lugar o 10 de agosto e contará cos grupos Ruxe Ruxe, Invivo, Deseqilibrio Mental e Familia Caamagno, é un dos festivais históricos do país e segundo Álex Fiúza, un dos seus organizadores: "É un Festival que abre fronteiras, un soño feito realidade".
A presentación do libro tivo lugar no Festival da Lingua, no que actuou o cantante Carlinhos Gente, no Auditorio Xosé Casal de Vila de Cruces."
O evento foi recolhido em perfeito castelhano polo Faro de Vigo, aqui!
Aqui vos deixamos um dos textos do livro-disco, a experiéncia como neofalante de Belén Regueira!:
Unha neofalante en Bodaño
Chámome Belén Regueira e falo galego desde hai 16 anos. Iso quere dicir que a primeira metade da miña vida falei outra lingua (xa imaxinades cal), o que me converte en ?neofalante?, que non é unha enfermidade grave nin un insulto, pero parecer paréceo. Pensaredes que non é tan terrible, que tampouco hai que dramatizar, pero non me resulta fácil confesarvos este pecado orixinal meu.
Sei que a miña declaración pública non pode borrar o meu pasado, que nin sequera podo aspirar a converterme un día en ex-neofalante porque unha neofalante sempre é neofalante por moito tempo que estea neofalando o que neofale. No meu caso, desde os 18 anos, cando deixei a cidade na que nacín. Porque eu sonvos... da Coruña.
-Pero de ?Coruña Coruña??, pregúntanme sempre, co abraio de escoitar unha coruñesa falando en galego.
-Pois si, de ?Coruña Coruña?, (e de Bodaño por parte de nai).
Miña nai naceu en Susovila, a aldea de abaixo de Bodaño, filla de Eduardo (de Leal) e Rogelia (de Casal), e como tantos mozos e mozas nados nos anos 50 desertou do arado e marchou traballar á cidade buscando unha vida algo mellor cá de seus pais.
A Coruña que a recibiu a mediados dos 70 demostroulle axiña que falar galego se consideraba unha demostración de ignorancia e incompatible coa mellora económica e social. De xeito que miña nai e meu pai empezaron a comunicarse habitualmente na ?lingua do progreso?, non sen esforzo, e fixeron o posible para que as súas fillas a aprendésemos algo mellor ca eles falándonos en castelán sempre. Máis ben case sempre, porque se a trasnada que fixeramos era moi grande a berra ía en vernáculo (Vouche facer un traxe!, tronaba meu pai, Vai haber máis cu que onde o fan!, ameazaba miña nai).
Pero cando volviamos a Bodaño todos, e tamén meus pais, falaban en galego. Todos... menos eu. Seguro que nas vosas familias hai algún curmán de Vigo ou algunha prima da Coruña ou sobriños de Santiago ou de Lalín que se dan aires de grandeza porque falan en español. Eu era desas, pero en Bodaño logo me baixaron os fumes. O meu dominio do castelán non me gañaba alí admiración ningunha, só era unha máis das miñas torpezas de nena de cidade con medo ás vacas cotonas e aos cans ceibos, así que a miña intelixencia adaptativa (tamén chamada falta de personalidade) resolveu que falaría galego... en Bodaño. E ese foi o meu primeiro pasiño.
Para dar o segundo tiveron que chegar as clases de galego, que me serviron para saber que a lingua dos meus avós tamén se usaba fóra da aldea, nas fábricas, na poesía, na política ou no rock. Empecei a preguntarme con rabia quen decidira que eu sería a primeira da miña familia en non falar galego e cando cheguei ao instituto empecei a utilizalo na intimidade (na intimidade familiar, claro, que os tempos aínda non eran chegados para ligar en galego na Coruña).
E chegamos ao punto de inflexión nesta historia, o verán no que aprobei o Selectivo e me preparei para ir estudar a Santiago e para falar sempre en galego. Sabía que era daquela ou nunca. Tiña que aproveitar que Compostela era ?galego friendly? e que coñecería un lote de xente que non sabería o que eu falaba ?antes?. Ademais, a distancia coa Coruña axudaríame a cambiar de lingua cos coñecidos de toda a vida, un asunto delicado.
-¿Y ahora hablas gallego? ¿Y luego, te hiciste galleguista? ¿No te estarán comiendo la cabeza los del Bloque? Sobre todo, tú no te cierres, que el mundo es muy grande...
O camiño dos neofalantes está cheo de meteduras de zoca bastante divertidas (a máis vergonzosa das miñas foi dicir ?isto é miño?) e de incomprensións que non o son tanto. Tanto galegofalantes como castelanfalantes adoitan vernos con certa displicencia e considérase que estamos condenados a falar galego mal ?porque non o mamamos?. Non tal. Demóstrano decotío moitos e moitas neofalantes, e oxalá haxa moitos e moitas máis, porque o galego nos necesita con urxencia para seguir sendo unha lingua viva de aquí a unhas décadas.
Por iso creo que hai que facer publicidade positiva dos neofalantes e por iso prefiro denominarme así, 16 anos despois de empezar a falar en galego. E por iso cando coñezo alguén espero pacientemente ata que me fai a pregunta coa que voluntariamente me delatarei como neofalante:
-E logo ti de onde es?
-Da Coruña
-Pero de Coruña Coruña???, falando galego??
-Pois si, de Coruña Coruña (e de Bodaño por parte de nai).
Ehun aldiz idazten dut gaur Maite zaitut
ehun aldiz idazten dut Maite zaitut maite zaitudalako
eta Maite zaitut idazten dut barruan sentitzen zaitudalako
eta hitzetatik kanpora eta isiltasunean ere.
Nire hizkuntzan idazten dut Maite zaitut
zure hizkuntzan, gurean.
Esku ahurrean idazten dut Maite zaitut
eta zure lepoan idazten dut Maite zaitut lo zauden bitartean
eta gaur eramaten duzun arropetako
etiketetan idazten ditut Maite zaitut txikiak.
Eta Maite zaitut idazten dudanean iragana denez,
gaur ere idazten dut Maite zaitut etorkizunean,
eta kaleetan espraiarekin idazten dut Maite zaitut,
pasatzen zaren eta inoiz pasatzen ez zaren kaleetan,
eta Maite zaitut idazten dut zure itzalaren barruan
eta zure zapatetan eta zure txorietan.
Maite zaitut mamut bat bezain handi,
hamaika letrako konstelazioa bezain txiki,
bi haranen arteko arroa bezain luze,
eta, inperfekzioa bezala, perfektua.
Maite zaitut idazten dut nire hizkuntza maitalean
batzuetan errealite bihurtzen diren
ametsetan miazkatu zaitzaten.
Eta idazten dut Maite zaitut ez naizelako beldur,
eta mundua aldatzeko idazten dut Maite zaitut.
Maite zaitut idazten dut leku komunetan
eta sekretuetan.
Maite zaitut ere idazten dut
ahosabaiarekin.
Maite zaitut idazten dut zure aterki morean,
eta Maite zaitut idazten dudan lekuan jaiotzen da ortzadarra.
Erosketa zerrendan idazten dut Maite zaitut
hitz laranja eta hitz artazien artean
eta idazten dut Maite zaitut botila baten barruan.
Pertsona asko gara gaur
Maite zaitut idazten dugunak Maite zaitut-en herrian,
mila Maite zaitut gure hizkuntzan,
larruan, zuhaitzetan edo hormetan idatziak.
Nire hizkuntzan inork idazten duen
Maite zaitut bakoitzean
dago nire Maite zaitut,
dagoen lekuan dagoela.
Maite zaitut-ek distira egiten du,
horregatik idazten dut Maite zaitut,
nik beste pertsona askorekin batera
gaur ere idazten ditugu
miloika Maite zaitut lurreko bost mila hizkuntzetan egunero.
...
Traduçom ao euskera de Txerra Rodríguez
...
QUERO-TE
Escrevo Quero-te cem vezes hoje
cem vezes escrevo Quero-te porque te quero
e escrevo Quero-te porque te sinto dentro
e fora das palavras e no siléncio.
Na minha língua escrevo Quero-te
na tua língua, nossa.
Na palma de minha mao escrevo Quero-te
e escrevo Quero-te no teu ombro quando dormes
e Quero-tes pequenos nas etiquetas
da roupa que levas hoje.
E porque quando escrevo Quero-te já é passado
hoje escrevo tamém Quero-te no futuro,
e escrevo Quero-te com sprays nas ruas
polas que passas sempre ou nom passas nunca,
e escrevo Quero-te dentro da tua sombra
e dos teus zapatos e dos teus paxaros.
Escrevo Quero-te em código morse
com a ponta da língua onde me pidas
-.- . .-. ---- - .
Um quero-te como um mamut de grande,
pequeno como umha constelaçom de sete letras,
longo como um arró entre dous vales
e, como a imperfecçom, perfecto.
Escrevo Quero-te na minha língua amante
que te lambe nos sonhos
que ás vezes se volvem realidade.
E escrevo Quero-te porque nom tenho medo,
e para cambiar o mundo escrevo Quero-te
Escrevo Quero-te nos lugares comuns
e nos segredos.
E escrevo Quero-che tamém
palatalmente.
Escrevo Quero-te no teu paráguas violeta,
e onde escrevo Quero-te nace o arco da velha.
Na lista da compra escrevo Quero-te
entre a palavra laranjas e a palavra tesoiras,
e escrevo Quero-te dentro dumha botelha.
Somos muita gente hoje
a escrever Quero-tes no país dos Quero-tes,
milheiros de Quero-tes na nossa língua
escritos na pel, nas árvores ou nas paredes.
Em cada Quero-te
que escreve alguém na minha língua
está o meu Quero-te
alá onde esteja.
E porque um Quero-te é umha palavra que brilha
escrevo Quero-te,
tamém eu com toda a gente
que hoje escrevemos
milhons de Quero-tes nas cinco mil línguas do planeta cada dia.
Forom aparecendo pouco a pouco nos telhados da minha vila e agora podo contar 23 desde a janela do meu cuarto: mouchos, avelaionas e curuxas de louça. 23 mouchos de porcelana com a olhada opaca.
Erguem-se inmóveis entre as antenas, sobre as telhas e as cheminés, com os seus olhos grandes cheios de siléncio.
Pugerom-nos para as pombas e as gaivotas fugirem deles, para manter limpas de excrementos as terraças, os carros, as janelas, a roupa tendida e, em fim, a vida.
Os 23 mouchos de porcelana de olhada opaca no teso dos telhados vigiam a vila desde o alto e lograrom asombrar os paxaros vivos.
Numha casa baixa, -minha mai dixo-me que ali vivia um professor de biologia-, o moucho é de louça de Sargadelos.
Houvo um tempo no que muitos dos comércios da vila tinham na montra mouchos de porcelana. Ter um moucho no telhado converteu-se numha espécie de necessidade. Minha mai tamém pensou em mercar um, como toda a gente.
- Podes mercar um dálmata, mamá, e ponhe-lo ao lado das antenas.
Mas as olhadas baleiras e presas dos mouchos de louça, de ali a um tempo, forom descubertas polo instinto dos paxaros livres. E finalmente, pouco a pouco, as pombas e as gaivotas regressarom. E começarom a cubrir com os seus excrementos os 23 mouchos de porcelana.
Agora ás vezes as gaivotas e as pombas pousam sobre a cabeça dalgumha das aves que a gente fora mercando na tenda dos chineses e descansam sobre o depredador sem vida.
Mouchos com pombas na cabeça.
Hoje estava a olhar os mouchos desde a janela quando sucedeu algo asombroso e irreal, no lusco-fusco: Um dos mouchos dum telhado á minha esquerda de súbito moveu-se e, numha pulsaçom rápida e violenta, caçou umha pomba branca.
Com a pomba nas poutas ergueu-se e, a voar silencioso e com a sua olhada brilhante, desapareceu cara á montanha.
1. Tu es umha persoa e cada umha das tuas alunas e alunos som persoas. Sodes, pois, persoas. Sodes iguais...e diferentes. Tu tes mais anos e pode que leras mais livros que muit@s alun@s..., ademais tu es @ profe, e cobras por isso. Sodes iguais e sodes diferentes mas este curso tedes algo em comum, entre outras cousas: a língua galega.
2. Um dos teus obxectivos principais será que pareça que os 50 minutos de cada aula durem muito menos. Aprender goçando. A formaçom em dinamizaçom de grupos é fundamental para qualquer profe. @s profes guais formarom-se, fixerom cursos e lerom livros de animaçom sociocultural. A língua galega necesita profes facilitadores, dinamizadores, animadores que facilitem a adquisiçom, dinamicem a aprendizagem e animem ao uso. @s profes list@s sabem que adquirir destrezas em dinamizaçom de grupos resolve muitos problemas.
3. O trabalho com actitudes, valores e normas sociolingüísticas é fundamentalíssimo! Pode ser mais importante que um aluno ou aluna reconheça e supere um prejuíço que que escreva um exame sem faltas de ortografia, porque um prejuíço pode fazer que um aluno deixe de escrever em galego quando já nom tenha que fazer exames.
Neste momento histórico é prioritário que o alunado seja sensível e consciente do conflito lingüístico e vaia construíndo umha perspectiva crítica com a realidade social, da que forma parte. Que sejam menores de idade nom significa que nom sejam cidadás. A primeira liçom: som as persoas as que prestígiam ou desprestígiam umha língua, nom som as línguas as que dam mais ou menos prestígio ás persoas.
4. A gente nova mais que ser parte do problema actual da língua é parte da soluçom.
5. O preço do azúcar, o sexismo, usar a bicicleta, as leis contra o tabaco, a destruçom da natureza, a sanidade pública, a maioria de idade, a língua... todo é política. Política é qualquer cousa que nos afeta como cidadáns e cidadás que formamos parte dumha sociedade. Ninguém é apolítico porque vivemos em sociedade. Outra cousa é ser partidista ou apartidista. E estamos a falar da área de língua e sociedade. Por isso é importante, por exemplo, debater na aula: Que importáncia tivo e tem o Xabarim Club? Porquê nom há um programa de música rock na TVG? Quem nom pode ligar em galego?
6. É importante botar-lhe um olho a algum livro de psicologia social. A língua é um factor vital de identidade persoal e de socializaçom. Há algumha gente inadaptada social e culturalmente por questiom de língua que mesmo está em contra do nosso idioma. Facilitemos que o nosso alunado -fale mais em castelám ou mais em galego, só em galego ou sempre em castelám- participe da dimensiom socializadora da língua sentindo-se parte da comunidade d@s galego-falantes. Facilitemos que o nosso alunado enriqueza a sua identidade persoal em galego.
7. Se lhes pedes respeito, deves respeitar, se lhes pedes criatividade deves ser criativ@, se lhes pedes trabalho, deves ser trabalhador/@, se lhes pedes participaçom, deves ser participativ@, se lhes pedes comunicaçom, deves ser comunicativ@, se lhes pedes que aprendam, deves aprender com el@s, se lhes pedes que cámbiem, deves cambiar tu tamém, se queres que confiem em ti, deves confiar nel@s, etc.
8. Se pensas que o que fazes nom cámbia o mundo, @ alunado nom aprenderá de ti a cambiar as cousas. Nem sequera um b por um v. Se pensas que o que fazes nom cámbia a situaçom da nossa língua, o teu alunado nom aprenderá de ti a mudar a situaçom da nossa língua. Recorda que o pesimismo paralisa e destrue. Nom é educativo. As normas sociais ?invisíveis, tácitas- ditam o que é normal ou nom é normal. Mas essas normas podem cambiar. A forma em que cada profe dá as aulas pode perpetuar normas sociais injustas ou pode ajudar a cambia-las.
9. Os livros de texto podem servir de ajuda. Mas os melhores modelos lingüísticos estám nas ruas, na tele, nos livros, nos dicionários, nos jornais, nas etiquetas dos alimentos, nas guias telefónicas, nos cds, nos dvds, em internet, nas nossas conversas. O melhor material é que elabora cada um/ha de nós.
10. Deves levar a escola ás ruas e fazer entrar a sociedade na escola. A língua vive na sociedade. A aula nom pode ser umha borbulha. Sae da aula com os teus alunos e alunas. Sae da aula e vivide a língua com a gente que a fala ou a despreça, com a gente que a aprende ou a ignora, com a gente que a construe ou a destrue. Há milheiros e milheiros de persoas que inzam de vitalidade a nossa língua na sua vida diária. A exposiçom a modelos reais é fundamental.
Anima-te. Sempre há dias piores e dias melhores. Lembra os bons momentos e colhe força porque há muito trabalhinho por diante e a gente nova necessita-te.
Estavamos a jantar no Refuge du Passe a uns metros da Université Sorbonne e, logo de que nos falasse da sua primeira viagem á Galiza, perguntei-lhe a Bernardo Atxaga, o escritor basco: E a José Afonso? naquela altura chegaches a ver cantar a José Afonso?Atxaga sorriu e dixo: José Afonso durmiu na minha casa duas noites. Que? Si, deveu de ser no 77 ou 78? quando foi a Bilbao, cantar num concerto com Oskorri. Foi numha sala ao final da rua Iturribide? Tenho a sua discografia enteira. E Bernardo Atxaga botou-se a cantar A garrafa vacia de Manuel Maria!
Celso Fernández e mais eu foramos a Paris convidados por Martinha Varela, do Centro de Estudos Galegos. Eu compartira essa manhá, com Bernardo Atxaga e a valenciana Isabel Garcia Canet, umha mesa redonda sobre a literatura das línguas minorizadas no estado espanhol. E Celso ao dia seguinte tinha duas sesions de conta-contos. Tes que escrever um conto que se chame O Paxaro Quase-Quase, dixo-me despois da sobremesa. E o Corvo Talvez.
Com Marcos Giadás, que nos acolheu na sua casa de Alfortville, um dos bairros das banlieues que arderom de raiba no 2010, descobrim em internet que no 1969 o Zeca participou no concerto Le chançon de combat portugaise, na sala da Mutualité de Paris. E que no 81 cantou no Théâtre de la Ville.
Assi que cambiei de plans para aqueles dias, adeus Pompidou, e a sexta, 13 de abril de 2012, comecei a procurar o rasto de José Afonso em Paris. A primeira parada foi perto do Pantheon, na Librairie Portugaise- Brasilienne. Ali merquei o livro Vingt chansons de mai, traduzidas por Dominique Stoenesco, da Association Memória Viva de Paris . E logo de comer um bocata de porco vietnamita ao pé do Sena, entrei no metro para achegar-me, no Boulevard la Tour Maubourg, ao Centro Calouste-Gulbenkian e ali?
Ali achei o rosto da utopia. O rosto da utopia foi o livro que me trouxo amavelmente a bibliotecária da Gulbenkian, escrito por José A. Salvador em 1994, com referéncia 929 Afonso, ETN, 340, Sociologia.
Molhei os dedos nos lábios para passar as páginas. De entrada descobrim que o Zeca escreveu, nos seus tempos no Colégio Mangualde, em Setubal, umha tese sobre Sartre e que um tal Padre Miguel lhe dixo: ?O senhor pelo que li apresenta inequívocos indícios de poeira mental?.
Molhei outra vez os dedos e ao passar a página achei, sorprendendo-me, a foto do cartaz do concerto de 1981 em Paris, colado no metro. Tirei-lhe três fotos.
No meu terceiro dia em Paris acheguei-me ao mercado de Poisy, um dos bairros de forte inmigraçom portuguesa, e entrei no bar Coímbra. Celso achegou-se ao Marché des Puces de Clignancourt, olhar fotos e postais antigas.
Faltava-me o final da história e havia que intenta-lo. Assi que quando aquela mulher, olhos negros, sesenta anos, me serviu a ginginha, eu falei-lhe: Olá, bom dia, venho da Galiza, de Santiago de Compostela, e estou a procurar informaçom sobre a presença do Zeca Afonso em Paris? Sabe quem me poderia ajudar?
Ela dixo simplesmente: Eu. E foi-se embora. E regresou com mais um copo e serviu-se ginginha e dixo: Em 1981 veu cantar ao Théâtre de la Ville, e despois do concerto eu esperei por ele. Queria dar-lhe dois beijinhos, eu adorava ao Zeca. Havia muita gente. Ele tirou um cigarro, levou-no á boca, mas nom tinha lume. Eu, ligeira, prendim um fósforo e protegendo-o assi, com esta mao, acheguei-lho a arder. E assi foi? Eu dei-lhe lume a José Afonso, dixo orgulhosa aquela mulher, a sorrir com muito ar no peito.
Tenho-o ca, dixo, o fósforo. Vou por ele. E foi-se e voltou com um envelope de papel amarelecido, quase transparente. A mulher que lhe deu lume a José Afonso em Paris abriu o envelope, tirou o fósforo, mostrou-mo termando del com o índice e o polegar, pousou-no em siléncio na mesa, dentro dum dos olhos da madeira, e eu tirei-lhe umha foto.
Parece que aínda arde?, dixo mui em baixinho.
Chama-se Patrícia Maria Verde Vilar. Antes de despedir-me perguntei-lhe: De que cançom do Zeca gosta mais? E ela dixo: Enquanto há força.
E eu saím a asubiar? Seremos muitos, seremos alguém.
...
Oublicado na revista do festival Terra da Fraternidade, em homenagem ao Zeca Afonso
Escrevo Quero-te cem vezes hoje
cem vezes escrevo Quero-te porque te quero
e escrevo Quero-te porque te sinto dentro
e fora das palavras e no siléncio.
Na minha língua escrevo Quero-te
na tua língua, nossa.
Na palma de minha mao escrevo Quero-te
e escrevo Quero-te no teu ombro quando dormes
e Quero-tes pequenos nas etiquetas
da roupa que levas hoje.
E porque quando escrevo Quero-te já é passado
hoje escrevo tamém Quero-te no futuro,
e escrevo Quero-te com sprays nas ruas
polas que passas sempre ou nom passas nunca,
e escrevo Quero-te dentro da tua sombra
e dos teus zapatos e dos teus paxaros.
Escrevo Quero-te em código morse
com a ponta da língua onde me pidas
-.- . .-. ---- - .
Um quero-te como um mamut de grande,
pequeno como umha constelaçom de sete letras,
longo como um arró entre dous vales
e, como a imperfecçom, perfecto.
Escrevo Quero-te na minha língua amante
que te lambe nos sonhos
que ás vezes se volvem realidade.
E escrevo Quero-te porque nom tenho medo,
e para cambiar o mundo escrevo Quero-te
Escrevo Quero-te nos lugares comuns
e nos segredos.
E escrevo Quero-che tamém
palatalmente.
Escrevo Quero-te no teu paráguas violeta,
e onde escrevo Quero-te nace o arco da velha.
Na lista da compra escrevo Quero-te
entre a palavra laranjas e a palavra tesoiras,
e escrevo Quero-te dentro dumha botelha.
Somos muita gente hoje
a escrever Quero-tes no país dos Quero-tes,
milheiros de Quero-tes na nossa língua
escritos na pel, nas árvores ou nas paredes.
Em cada Quero-te
que escreve alguém na minha língua
está o meu Quero-te
alá onde esteja.
E porque um Quero-te é umha palavra que brilha
escrevo Quero-te,
tamém eu com toda a gente
que hoje escrevemos
milhons de Quero-tes nas cinco mil línguas do planeta cada dia.
Mira, um restaurante chinés, podemos jantar neste lugar, dixem-lhe á pequena. E entramos.
- E que tenhem para comer aqui?, perguntou, quando viu o dragom no vestíbulo. Lila tem três anos e os dragóns encantam-lhe!
- Uuuummm, já verás, comida mui diferente, a ver se gostas...
Sentamos. Um camareiro achegou-se. Olá, bom dia, olá.
-Queriamos comer algo..., dixem. O camareiro foi pola carta e trouxo tamém dous envelopes de papel com um par de paus chineses de madeira.
Lila perguntou:
- E isto?
- Som paus chineses, som para comer.
E abriu o seu envelope e ficou olhando para os dous paus.
- Mira, dixem-lhe, é assi, dixem-lhe colhendo-os eu entre os meus dedos... Ves?
Ela intentou termar deles com os seus dedinhos.
-Espera um momento, vou ao banho, dixem-lhe. Venho agora. E levantei-me e deixei-na admirando os paus chineses, com curiosidade.
Nom tardei muito, apenas um par de minutos, mas quando voltei a pequena estava a morder a ponta dum dos paus, ao que já lhe faltavam dous centímetros, e tinha vários anacos de madeira entre os lábios...
- Que fas?, exclamei.
Ela olhou-me sorprendida e dixo:
- Dixeches que eram para comer! E nom sabem a nada!
Era umha mulher forte Manuela Lores.
Erguia 30 quilos de berberechos sobre a cabeça e levava-os a vender 17 quilómetros de Samieira a Pontevedra, 17 quilómetros.
O dia que morreu a mai de Mencia era noite.
Morrera a mai de Mencia e havia que trazer um ataúde de Pontevedra. Nom havia dinheiro para o porte nem animais de carga nas casas vizinhas.
- Vou eu, dixo Manuela Lores.
E saiu de noite polo caminho da noite.
Eram 17 quilómetros de lua grande e chegou á casa do carpinteiro e petou na porta de noite e abrirom a casa das caixas dos mortos.
- Quero levar um ataúde, dixo Manuela Lores.
- E de que preço?, com sono perguntou o carpinteiro.
- O mais barato.
- E de que medida?
E Manuela Lores nom sabia.
- Para umha morta como eu som, do meu tamanho.
- Proba este de aqui, deita-te dentro.
E Manuela Lores entrou na caixa cruçando os braços sobre o peito.
Pagou e botou a caixa á cabeça, Manuela Lores, encima do molido. Aos oito anos começara a levar sobre a cabeça feixes de erva e cestos de roupa e terrons da leira e grao para o muinho e argaço e pedras e muitas outras cousas.
E começou a caminhar Manuela Lores com um ataúde na cabeça os 17 quilómetros de volta a Samieira á luz da lua. 17 quilómetros.
Olhava para adiante Manuela Lores, e ás vezes para abaixo e num passo quase pisa um grilo. Pisou com o calcanhar mas deixou o resto do pé no ar, ergueu o pé e o grilo fixo cri, fixo cri cri e Manuela Lores sorriu e seguiu a caminhar.
Olhava a sua sombra á luz da lua e sobre a sua sombra, a sombra do caixom da morta.
E umha vez fecharom-se-lhe os olhos e avançou quase durmida. Pessava-lhe mais o sono que a caixa de madeira. E com os olhos fechados sonhou que estava dentro do ataúde que levava na cabeça.
Quando fechou os olhos Manuela Lores estava dentro da caixa com os braços sobre o peito, ouvindo os passos de Manuela Lores a cargar com ela mesma. E abriu os olhos.
Era umha mulher forte, Manuela Lores mas tinha sede. E parou a beber na praia de Lanho. Deixou o caixom onde os amieiros e baixou á fonte de água fresca que nascia entre três penas quando baixava a maré, na areia.
E bebeu um grolo longo, Manuela Lores. E logo voltou pór-se debaixo do ataúde, caminhar até a casa da morta, e debaixo das estrelas.
E foi assi e desde aquela Manuela Lores ficou entristecida muito tempo. E durante muito tempo Manuela Lores ficou, como a noite, escurecida.
Pessava-lhe a morte na cabeça.
E foi assi até que um dia foi lavar ao rio com Mencia. E Mencia estava de nove meses e Mencia ali mesmo pariu umha meninha e Manuela Lores cortou-lhe o cordom umbilical com um croio, com umha pedra com gume, com um pelouro. E meteu a roupa numha cesta e a meninha, na outra. E Manuela Lores dixo-lhe a Mencia:
- Deixa-me levar a cesta com a meninha na cabeça.
E era primavera, e um grilo fixo cri cri, e foi assi como recuperou a alegria Manuela Lores.
Pois, pois, pois... Aqui vam alguns desenhos dumha viagem a Paris que me levou á Universidade da Sorbona 3 a falar sobre literatura, sadomasoquismo e outras cousas, convidado polo Centro de Estudos Galegos.
Este desenho tirei-no dumha foto de meus pais. Meu pai foi aló nos 60 trabalhar numha fábrica de borracha, peças para avions. De neno cantava-nos cançons em francés. Umha vez vim como chorava escuitando a Georges Moustaki.
A noite antes de saír sempre desenho umha estrela.
Tivem muita sorte, acompanhou-me Celso Fernández Sanmartin. Por isso fazer esta viagem foi como fazer duas ou três viagens ao mesmo tempo.
No autocarro entre Vila de Cruzes e Compostela.
Um rapaz a ler no aeroporto.
E o sal e a pementa.
A gente quando dorme nom se move.
Este é o meu primeiro intento fracasado de desenhar a Celso...
... este saiu bastante parecido, aínda que nom sei quem é.
Marcos Giadás deu-nos casa e calor.
Um dia jantei um bocata de porco vietnamita.
Espertava-me umha pega polas manhás.
Nom, nom choveu. Foi algo que sonhei.
Compartim mesas redondas com Bernardo Atxaga e Isabel García Canet. Na primeira falamos sobre as nossas literaturas; na segunda, sobre a nossa experiéncia como autores traduzidos. Aginha hei pendurar os textos do que lim eu.
Aqui, o bico da Torre desde Les Invalides.
Bernardo Atxaga contou-me que conhecera a José Afonso, -história que contarei outro dia- assi que me pugem a buscar a pegada do Zeca por Paris. Entre outros lugares, acheguei-me á biblioteca do Calouste Gulbenkian, onde pedim esse livro, com o que continuei a escrever umha história do Zeca em Paris...
Aqui, algumhas chaves importantes. A primeira, a que Celso mercou no Mercado das Pulgas.
E aqui Martinha Varela, umha excelente criadora de BD; o polbo que desenhei para o Bar Omadis, na Gout d´Or, onde duas bandeiras galegas; e mais o bilhete da subida á Torre, com a filósofa Maria e mais o poeta de Lalim.
Em Paris conhecim a Sol, que leva anos a estudar os carriços, Troglodites troglodites, e o seu sistema de comunicaçom. A história de Sol e os carriços é maravilhosa. Sabiades que os cantos dos carriços apressentam variantes dialectais? Pois si, algum dia hei falar-vos dos avances da sociobiologia e a comunicaçom animal. Um avance: Castelao equivocava-se: uquase seguro que um cao de Turquia nom ouvea igual que um cam de Dinamarca.
E aqui, outra das grandes histórias desta viagem, a do cherokee Secuoia, o inventor do alfabeto cherokee. Para quem esteja interessado na história e sensibilidade das línguas minorizadas esta história -e este livro fantabuloso ilustrado para crianças- é imprescindível. Um dos melhores livros da minha biblioteca. Paga muito a pena merca-lo por internet.
Este é um agasalho para Carolina, pola história de Manuela, que algum dia contarei com a delicadeza que merece.
E aqui a história da fonte de água natural na praia de Lanho, que nascia dumhas penas entre a areia, e que umha escavadora destruiu para cambia-la por plásticos, urbanizaçom e chiringuito.
Som muitas mais as images e as palavras que vinherom de volta com nós. Espero nom esquecer muito de todo o que nom escrebim ou desenhei. E poder recordar com +s amig+s de Paris os bons momentos que vivemos junt+s. Um abraço a tod+s.