O pasado día 20 de setembro aconteceu o pasamento de Jose Ignacio Fariña Chans. Un home que negárase a ser testigo do esquecemento. A nosa entidade que nos últimos anos está a avaliar o coñecemento da pegada da nosa comunidade galega, poido contar coa súa testimuña, e amigos como Satxa Balchada ou Fermando Mahia poideron entrevista-lo para poder poñer luz no noso pasado. E o mesmo Fernando deu ao prelo na revista LUZES iste artigo por mor do seu pasamento que amosa a estima, e que podedes leelo premendo aiquí( )
QUE A TERRA TE SEÑA LEVE COMPAÑEIRO.
NÂO DEIXES QUE TE ROUBEN A MEMÓRIA
Nào deixes que te rouben a memória.
Nenhuma cousa ser´suficiente
para se morrer à beira das palabras,
ou apagar a lembrança dos dedosnuma mao decepada,
ainda que estranhos dizeres te falem de inquedas águas
na crepuscular desolaçâo das margens.
Sem réstia de pudor, sâo ecos de vingança
que retorna do tempo de tacôes de silêncio no lajedo
para ferir a luz que se derrama na calçada.
Que obscuro silêncio sobre as mâos
podería impedir a luz-que os dedos souberan aceder-,
de instagar o sol a escoller entre as nuvens
o sitio onde rasgar o manto do inverno?
Nâo deixes que te mordan a memória
os câes raivosos cuja mantilha investe.
Ergue-te sobre o olhar.
Faz um poema com cheirinho a samba, bossa nova, frevo...
nâo detenhas o passo e reaviva o sonho.
Quem tem nos lábios a boca de um sorriso nunca
estará sozinho nem vencido,
pois garda em sua fala os símbolos da terra
e o recesso do viço que precede a festa.
De nada mais carece para tomar as ruas ou seduzir as fontes
se acaso ousa no verso, imaculado e puro,
o secreto designio de habitar-se de vento e fecundar o mar.
Anda, por isso, amigo, ver o sol
reacender nas mâos dos deserdados,
as bandeiras dos sonhos ocultados
por hienas, vampiros e chacais.
Vem comigo à janela reclamar outra vez a nudez das flores
e o legado de afectos que embriague de novo
os lábios do teu povo,
a intentar os límpidos caminhos
onde soubem pintar, en cada muro,
un olhar de alegría e de futuro.
(Fernando Fitas: Subversiva liturgia das mâos)
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